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1ª Conferência
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CREIO EM DEUS
INTRODUÇÃO
Desde os tempos mais remotos as diferentes confissões religiosas têm desempenhado um papel importante, tanto na Liturgia como na Teologia da Igreja Cristã.
A essas confissões chamam-se credos.
“CREDO vem da palavra latina EU CREIO”.
Um dos credos mais antigos que existem é o chamado “CREDO DOS APÓTOLOS”.
As bases deste credo têm os seus assentos na confissão da Igreja que se encontrava em Roma.
Este assunto é mencionado na carta escrita em grego por volta do “ano 340 da nossa era” por um tal bispo MARCELO DE ANCIMA.
Os eruditos acham ser possível que o credo venha dos tempos apostólicos.
Segundo uma tradição o credo foi composto pelos 12 apóstolos no dia de Pentecostes, precisamente antes de se separarem para a evangelização do mundo. Cada um deles disse uma frase até completar os 12 artigos.
Diz-se que Pedro o levou para Roma, donde se supõe que foi conservado e utilizado, sem mudança, através dos séculos. Daí foi levado para França, Irlanda, Espanha, Alemanha e para o resto do mundo.
Seja como for este monumento vivo da religião tem um interesse particular para os cristãos.
Cada artigo do credo, chamado apostólico, é de grande importância para os cristãos de todos os tempos.
Propomo-nos estudar em pormenor e comparar as suas declarações com a fonte da revelação divina A SANTA BÍBLIA.
A primeira declaração do credo dos apóstolos
CREIO EM DEUS
EXPOSIÇÃO
NECESSIDADE DE DEUS NO SÉCULO XX . . .
Que propósito tem a vida?
Que vim eu fazer a este mundo?
Existe Deus? Se existe quem é Deus?
Interessa-se Ele pelos problemas dos homens?
Podemos nós crer em Deus?
Existem provas da Sua existência?
Podemos nós afirmar o que encontramos no credo dos Apóstolos “CREIO EM DEUS”?
Não temos nós, queridos amigos e a humanidade em geral, já feito estas perguntas muitas vezes?
Muitos homens gostariam, no mais profundo do seu ser, de crer em Deus. Para eles seria a solução para muitos dos problemas angustiosos que os oprimem.
Quero dizer-vos, meus queridos amigos, logo no primeiro dia das nossas conferências, que eu creio em Deus. E creio ainda, queridos amigos, que Deus tem a solução para todos os problemas angustiosos que nos oprimem.
COMO CREIO EM DEUS?
Eu creio em Deus porque necessito d’Ele, porque necessito de encontrar o sentido e a razão da minha existência.
E quero dizer-vos, amigos, que apesar da época do conhecimento e do intelectualismo em que vivemos, os homens e a geração actual em geral, necessitam de crer em Deus.
A ideia de um Ser Supremo na mente e na consciência dos homens tem existido desde sempre. Mesmo nos países onde mais se tem lutado contra Deus e a religião, aparecem cada vez ideias mais fortes, crendo e buscando a Deus. Nesses países onde Karl Marx fez ecoar a afirmação de que «a religião é o ópio do povo».
Nos países orientais, caracterizados pelo materialismo e existencialismo, há na juventude uma forte busca das coisas espirituais. A juventude está a buscar a Deus nesses países de todo o coração.
QUEM É DEUS?
Na religião cristã Deus chama-se Criador, Todo-poderoso, nosso Pai celestial, Fonte da Vida e da Verdade.
Mas estes atributos são demasiado vagos para quem está à busca de segurança!
Para que o homem possa crer em Deus, ele próprio tem que fazer uma experiência com Deus. E deve conhecer 4 meios que nos provam a Sua existência: a Natureza, a Consciência, a Bíblia e a História.
AS REVELAÇÕES DE DEUS
O poder do Criador manifesta-se de forma destacada quando contemplamos os mundos criados e a ordem e harmonia que os regem.
Quando ouvimos teorias e hipóteses sobre a criação, podemos pelo menos pensar, que grande fé tem que ter quem acredita em tais afirmações.
Sem dúvida que é muito mais racional e lógico pensar que o imenso Universo foi idealizado e produzido por uma Mente Intelectual (Inteligente) poderosa, que pôs em marcha este relógio magnífico de galáxias e constelações.
O MISTÉRIO DA VIDA NO PLANETA TERRA
Tudo isto nos revela a ternura comovedora de um Deus amante e compassivo. Lemos na Bíblia Sal. 19:1-6.
David ouvia, por meio da Natureza, a Voz de Deus dirigindo-se ao homem.
Por sua vez o apóstolo S. Paulo disse: Rom. 1:18-20.
Podemos contemplar Deus em cada flor, em cada planta, etc.
Mas também vemos na Natureza as obras de Satanás.
Abundam os homens maus, os animais ferozes, as pestes que destroem os campos, os cataclismos, terramotos, inundações, etc.
Rom. 8:20-21.
DEUS REVELADO NA CONSCIÊNCIA
Se Deus se revela por meio da Criação, é natural que se revele da forma mais especial por meio das criaturas humanas feitas à Sua imagem.
Deus fala ao homem por meio da sua consciência, cuja voz se ouve distintamente.
Como?
Quando fazemos o bem, aprova-nos; quando fazemos o mal, condena-nos.
A consciência foi posta no homem por Deus, para cumprir uma missão, a saber: ensina-nos 3 noções fundamentais:
1. A noção do Bem e do Mal.
2. A noção da obrigação moral.
3. A noção da liberdade individual.
DEUS REVELADO NA BÍBLIA
Deus deu-nos uma terceira revelação para nos ajudar moral e espiritualmente.
Deus deu ao homem, que se encontra na escuridão, uma luz que vem de Si mesmo A SANTA BÍBLIA.
A Bíblia revela um Deus real e maravilhoso. Um Deus compreensivo, um Deus cheio de amor para com as Suas criaturas, um Deus que conhece o coração angustiado do homem. Um Deus que fez tudo para que fôssemos felizes. João 3:16.
DEUS REVELA-SE ATRAVÉS DA HISTÓRIA
Declarações bíblicas mostram a maneira como Deus actua na história dos homens
Nee. 3:7-11
Dan. 2:20-22
Apesar de organizações humanas, como as Nações Unidas, Deus actua duma maneira impressionante nos acontecimentos que sucedem cada dia perante os nossos olhos.
A Natureza, a Consciência, a Bíblia, a História, das 4 a Bíblia é a mais importante revelação de Deus. Sal. 53:1.
A NOSSA RELAÇÃO COM DEUS
Queridos amigos todos os problemas que hoje preocupam os homens têm a solução nas palavras do CREDO DOS APÓSTOLOS, “CREIO EM DEUS”.
Formulamos igualmente as perguntas:
Que significado tem a vida?
Que vim eu fazer a este mundo?
Porque existimos?
Que existe para além dos nossos olhos?
Que ocorre quando o homem morre? etc.
A resposta a todas estas perguntas que o homem faz a si mesmo, têm o seu significado “CREIO EM DEUS”.
Leiamos o que nos diz a Bíblia:
Deus fez o mundo .............. Actos 17:25
Ele criou-nos ..................... Actos 17:25-28
Ele preocupa-se connosco .. Mat. 5:45; I Pedro 5:7
CONCLUSÃO
Deus existe. Tudo nos dá testemunho do Seu amor e do Seu poder.
Negarmos a Deus é negarmo-nos a nós mesmos.
EXPERIÊNCIA
O cosmonauta russo Yuri Gagarin afirmou: “Corri tudo e não vi Deus”.
Outro cosmonauta, americano, exclamou no espaço: «Os céus manifestam a glória de Deus».
APLICAÇÃO
QUAL DEVE SER A NOSSA RELAÇÃO COM DEUS?
RECONHECIMENTO
SUBMISSÃO
GRATIDÃO
LOUVOR
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2ª Conferência
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PADRE TODO PODEROSO
UM DEUS PESSOAL
A religião actual tem diminuído a personalidade de Deus. Tem-lhe tirado o Seu carácter pessoal.
Muitos no nosso tempo fazem um grande alarde de religiosidade. Falam muito de Deus, mas desviam o pensamento do Deus pessoal que nos ama.
Na religião moderna existe a tendência de nos mostrarem a salvação colectiva.
Esta tendência religiosa está em flagrante contraste com o ensino notável das Sagradas Escrituras e do Credo dos Apóstolos, que nos ensinam que Deus é um Deus pessoal.
Felizmente o homem jamais poderá fazer desaparecer a personalidade de Deus, por mais que o tente constantemente.
Um poeta escreveu um dia:
Graças a Deus porque as estrelas estão fora do alcance do meu poder.
Hoje em dia fazem-se muitas especulações a respeito de Deus.
Um grande físico inglês, Miguel Faraday, passou a sua vida a especular e mergulhado em teorias, construindo estruturas e pensamentos toda a sua vida.
Em 1867 jazia no seu leito de morte.
Um amigo perguntou-lhe nesse momento:
Quais são as tuas especulações agora?
Especulações! respondeu agonizante o sábio. Não tenho. Graças a Deus a minha cabeça agonizante não pode mais repousar sobre especulações.
II Tim. 1:12
Caros amigos, consideremos Deus tal como Ele se revela na Bíblia. E ao fazê-lo não faremos uma análise científica, não focaremos a história nem a sua interpretação crítica, nem tão pouco aplicaremos o espírito da época moderna carregado de suficiência humana.
Vamos deter-nos um pouco e perguntar-nos:
Que nos diz a Palavra inspirada acerca de Deus?
DEUS NA BÍBLIA
A primeira palavra que é utilizada no Velho Testamento, para referir-se a Deus, é ELOHIM. É uma forma no plural e aparece 2 500 vezes.
Mas é interessante saber que esta palavra está no plural, quando se aplica a Deus relacionando-a com um verbo na forma singular.
Esta forma plural ELOHIM leva-nos a encontrar as 3 pessoas da Santíssima Trindade.
Outra palavra que se encontra no Velho Testamento para expressar a Deus é “EL”, citada mais de 200 vezes. E significa Deus Todo-poderoso ou Deus Altíssimo.
Encontramos também a palavra JEOVÁ, proveniente de um termo hebraico YAHVEH.
O significado deste nome está em Êxodo 3:14.
As expressões ELOHIM e EL significam Deus Criador.
Em JEOVÁ encontramos o Grande EU SOU DA REDENÇÃO.
Isto é o que a Santa Bíblia ensina acerca de Deus.
ATRIBUTOS METAFÍSICOS DE DEUS
As Escrituras contêm incontáveis declarações que falam da Omnipotência de Deus. Vejamos algumas delas:
Sal. 135:6 Dan. 4:35 Job 42:2
Todas estas declarações falam-nos da Sua Omnipotência.
Mas a Bíblia fala-nos também da Omnisciência de Deus:
Actos 15:18 Mat. 10:30
Uma parte do conhecimento de Deus abrange todo o futuro:
Isaías 46:9-10 II Pedro 1:19
Todas as predições e profecias provêm da Omnisciência e Omnipotência de Deus.
ATRIBUTOS MORAIS DE DEUS
O Deus de amor advertiu Adão e Eva das consequências da sua desobediência.
Depois de Adão se ter separado do Deus de amor, foi Deus que veio em busca dele. Gén. 3:7-10.
DEUS AMA COMO NINGUÉM
Rom. 5:10
Alguns dizem que o Deus irado do Velho Testamento não é o mesmo do Novo Testamento. Isto revela uma ignorância do conteúdo da Bíblia.
Deut.7:6-8; Jer. 31:3.
Deus é Amor tanto no Novo Testamento como no Velho Testamento. I João 4:8.
Há duas figuras na Bíblia que nos descrevem o amor de Deus:
1ª Deus é chamado Pai dos Seus filhos. Jesus ensinou os Seus discípulos a dirigirem-se a Deus como Pai.
COMO SER FILHO DE DEUS?
Unicamente pelo novo nascimento.
Rom. 9:8 Rom. 8:14-15 João 8:44
2ª Quando os filhos de Deus, no sentido colectivo, se referem a Deus como marido e esposa.
Isa. 54:5 Mat. 9:15
Zeloso é o Senhor: Êxodo 34:14.
DIRECÇÃO DIVINA
Quão admirável é quando um filho de Deus se coloca debaixo da direcção Divina.
Sal. 32:8 Sal. 46:10
Escutar dia após dia a voz de Deus é a maior dádiva que qualquer ser humano pode possuir. É algo que nos proporciona segurança e tranquilidade e nos faz felizes.
COMO ESCUTAR A VOZ DE DEUS?
Natureza, Consciência, Bíblia
Para ouvirmos a voz de Deus precisamos de nos sujeitar à Sua direcção.
O que é e em que consiste a verdadeira direcção Divina?
Em primeiro lugar devemos estar seguros que a Sua vontade ocupa o primeiro lugar na nossa vida. Rom. 12:1-2.
Devemos cada dia dedicar-nos a Deus e abandonar os costumes da época ímpia em que vivemos.
QUANDO E COMO TOMAR ESSA DECISÃO
Agora é o momento de fazermos e dizermos como S. Paulo:
«Senhor, que queres que eu faça?»
Não podemos receber a direcção de Deus enquanto Lhe desobedecermos deliberadamente.
Devemos limpar o nosso coração de toda a má acção, se desejarmos que Deus
dirija a nossa vida.
Para ouvirmos a voz de Deus, precisamos de nos dedicar a exercícios de profunda devoção e meditação.
Estarão os que são guiados por Deus, que em cada dia ouvem a Sua voz, isentos de tribulações, de preocupações?
É no meio das dificuldades, das tribulações que Deus muitas vezes nos ensina grandes coisas.
RESUMO DE TODA ESTA PALESTRA EM 5 PONTOS
1. Deus é um Ser pessoal. Assim o compreendemos de outra maneira, inalcansável para o homem.
2. Encontramos Deus na Bíblia.
3. Atributos metafísicos de Deus: Omnipotência e Omnisciência.
4. Atributos morais de Deus: Deus é Amor. A Sua Paternidade, a Sua Fidelidade, a Sua Justiça.
5. Direcção Divina. Ele guia-nos quando fazemos a Sua vontade.
CONCLUSÃO
O Todo-poderoso é um Deus compreensivo e cheio de amor pelas Suas criaturas.
Desejo que cada um de nós tenha uma profunda experiência com Ele.
Job 42:5
Promessa do Todo-poderoso: Isa. 57:15.
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3ª Conferência
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O CRIADOR DO CÉU E DA TERRA
Texto: Gén. 1:1-2
INTRODUÇÃO
As Sagradas Escrituras começam com um relato da criação dos céus e da terra, levado a cabo pelo mesmo Deus.
Das trevas que estavam sobre a face do abismo surgiram todas as coisas que foram criadas.
Somente Deus existe por si mesmo. Tudo o mais veio à existência pelo Seu mando.
É este ensino essencial que encontramos mencionado por todos os autores da Santa Bíblia. Nee. 9:6.
A palavra criar significa produzir uma coisa que não existe. Deus criou todas as coisas do nada. Foi com o Seu poder e pela Sua Palavra que os mundos vieram à existência. Sal. 33:6.
Depois de criado o universo, Deus vai empregar a matéria para criar o homem. Gén. 2:7.
ESPECIFICAÇÃO
DEUS É CRIADOR INTELIGENTE
Na criação Deus fala e as obras aparecem. Este fala e tudo aparece revelado na personalidade de Deus.
A ordem e a harmonia do universo físico, revelam o propósito e a harmonia de Deus.
Abrimos os nossos olhos e contemplamos tudo ao nosso redor.
As estrelas, as aves de plumagem multicolor, a variedade de vida animal e vegetal, tudo isto nos inspira confiança num Deus Criador.
Um biólogo americano, Edwin Cowlin, disse: A probabilidade de a vida se ter originado por acidente é comparável a um dicionário ter vindo à existência através de uma explosão numa tipografia.
E isto é o que pretendem as hipóteses evolucionistas.
A nossa inteligência nega-se, sem dúvida, a aceitar logicamente tais hipóteses.
Todo o Universo nos revela planificação, inteligência, ordem e propósito. Job 26:7.
A TERRA ESTÁ SUSPENSA SOBRE O NADA
Esta Terra que existe suspensa sobre o nada, com as suas noites e dias, com a sua órbita em redor do sol, é a morada de homens, animais e plantas.
O Sol, fonte de luz e calor, sem o qual não seria possível a vida, tem uma temperatura de 6 200 º C e o nosso Planeta está a uma distância regulamentar de tal ordem, que esse fogo eterno, só nos aquece o necessário e não o demasiado.
A inclinação do Sol sobre a Terra é de 23 graus em todas as estações. Se não existisse essa inclinação os vapores gerados pelos oceanos mover-se-iam para o Norte e o Sul e formariam continentes de gelo.
A Lua encontra-se a 384 400 Km da Terra, as se estivesse a 80 000 Km produzir-se-iam nevoeiros enormes que encobririam os continentes duas vezes por dia.
Se a Terra, na sua superfície, tivesse mais 3 metros de espessura, não haveria oxigénio, sem o qual a vida pereceria.
Se os mares tivessem mais 65 cm de profundidade, o hidrato de carbono e o oxigénio seriam absorvidos e a vida vegetal não poderia existir.
A atmosfera protege a terra do impacto mortífero de 20 milhões de meteoritos que diariamente entram à velocidade de 45 Km por segundo.
O QUE É QUE TUDO ISTO NOS REVELA?
Revela-nos que há milhares de actos que nos mostram que o Universo está dirigido e organizado por um Criador Inteligente.
Pensemos, por exemplo, no corpo humano e animal.
O cérebro, com as suas incríveis possibilidades, quem é capaz de explicar o funcionamento deste órgão maravilhoso?
Toda a inteligência do mundo não é capaz de reconstruir um cérebro.
O MISTÉRIO DA VIDA
Depois de grandes maratonas, realizadas para descobrir a origem da vida, a D. N. mostrou que a vida é a transformação de energia química em trabalho orgânico ou mecânico, eléctrico e pasmótico, todavia os homens de ciência admitem que só conhecem a vida pelos seus sintomas.
Quem ensinou o salmão que nasce nos rios, vai para o mar onde passa anos e volta de novo para se reproduzir e morrer?
William Thomson Kelvin, um dos grandes físicos do mundo fez a seguinte declaração: se pensarmos com suficiente intensidade, seremos forçados, pela ciência, a CRER EM DEUS.
Este cientista tem razão. A lógica leva-nos a CRER que a mão invisível de DEUS ordenou todos os fenómenos relativos à flora, fauna e espaço sideral, por meio de leis que devemos conhecer. Tudo isto é inexplicável e assombroso, sem um Criador Divino.
O MOMENTO DA CRIAÇÃO
É trágico que o homem modernos esteja tão ocupado com os cuidados da vida que não tenha tempo para descobrir o DEUS da natureza.
Ensinam-se os alunos a ler, escrever, falar, porém dedica-se pouco tempo a ensinar-lhes a reverência que se deve ao Criador.
DIA DE REPOUSO
A fim de prevenir as Suas criaturas da tendência de se esquecerem da reverência que se deve ao Criador, Deus instituiu o dia de repouso. O dia de repouso constitui a culminação da criação de Deus. (Gén. 2:1-3).
A obra que realizamos durante 6 dias pressupõe trabalho, preocupação e cansaço. Logo chega o sétimo dia que é uma necessidade. E que nos traz: tranquilidade, serenidade, paz e repouso. Por isso Deus criou o dia de repouso.
Jesus disse que o sétimo dia é necessário para o repouso do homem: Marcos 2:27.
Além da necessidade visada pelo repouso, qual é a importância espiritual do sétimo dia do repouso?
O que adora o DEUS criador sentirá prazer na criação e incorpora nas suas crenças básicas a observância do dia de repouso: Êxodo 20:8-11.
UM SAGRADO MANDAMENTO
Em cada dia de Sábado os crentes recordam o poder criador de Deus, e o acto de adorar a Deus nesse dia é um reconhecimento do poder divino na nossa vida pessoal.
Muitas pessoas hoje para escaparem a esta verdade, dizem que não tem importância nenhuma a observância de um dia específico.
Mas quando estudamos a Bíblia ficamos impressionados com a importância que nela é dado ao dia de repouso. O Sábado é uma garantia da unidade de DEUS com a Sua criação: Ezeq. 20:12, 20.
É importante notar que Cristo quando esteve na terra observou o dia sétimo, o Sábado: Lucas 4:16.
Os Seus discípulos fizeram o mesmo. Nos tempos do Novo Testamento os cristãos observavam o sétimo dia, o Sábado, como dia de repouso.
E se eles vissem que não era mais necessário observá-lo, eles teriam deixado escrito, mas em parte alguma encontramos algo a esse respeito.
Isto mostra-nos que qualquer outro dia da semana que se guarde não tem valor algum para Deus.
Unicamente um Ser com poder criador pode estabelecer esse dia, e há um só Criador. Nenhum ser humano tem o direito de usurpar o poder criador de DEUS.
Se DEUS reconhecesse outro dia de repouso além do sétimo dia que ele abençoou e santificou no princípio do mundo, teria que negar a Sua própria criação destruindo parte de Si mesmo, e DEUS não poderia fazer isso e continuar a ser DEUS.
Quando a história deste mundo terminar e DEUS fizer novos céus e nova terra, continuaremos a repousar e glorificar a DEUS no sétimo dia de cada semana: Isa. 66:22-23.
CONCLUSÃO
1. Deus é um Criador inteligente. Tudo está previsto para tudo.
2. A natureza e os grandes mistérios da vida falam-nos com voz poderosa do Criador de todas as coisas.
3. É absurdo e incompreensível uma criação sem a intervenção de uma mente inteligente.
4. Um monumento da criação de Deus é o Sábado.
5. Um mandamento obrigatório para todos os homens em todos os tempos.
APLICAÇÃO:
Que Deus nos ajude a reconhecê-l’O como Criador dos céus e da terra na nossa vida e a ter uma experiência profunda com Ele.
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4ª Conferência
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CREIO EM JESUS CRISTO
INTRODUÇÃO
De todas as personagens que têm vivido na terra, não há um único que possa comparar-se a JESUS DE NAZARÉ.
A Sua personalidade, obra, influência, vida e morte; enfim, tudo o que a Ele concerne está num plano absolutamente superior ao de qualquer outro ser humano.
Uma estatística feita na biblioteca do congresso americano mostra as personagens sobre as quais mais livros se escreveram. São 5 estas personagens, a saber:
Napoleão Bonaparte, 1 735 livros; George Washington, 1 755; Abraão Lincoln, 2 139; William Shakespeare, 3172; Jesus Cristo, 5 132.
Mas apesar de tudo, milhões de pessoas sabem muito pouco sobre Ele. Para muitos é literalmente um desconhecido. Outros têm um conhecimento sobre Jesus totalmente erróneo. O que crêem e querem saber acerca d’Ele não corresponde à verdade.
REFLEXÕES
Que lugar ocupa Cristo na história da humanidade?
Porque é que se Lhe dá tanta importância numa parte e é tão ignorado por outra?
Há toda uma série de actos históricos e obras de arte, livros, estudos científicos, que têm a sua razão de ser na pessoa de Jesus Cristo.
Porquê tudo isto? Foi Cristo uma pessoa que existiu realmente?
Que ensina a Bíblia sobre a Sua obra e Sua pessoa?
Trata-se de um mito, de uma ficção criada pela imaginação humana, da mesma forma que têm surgido outros mitos populares?
Que lugar ocupa Cristo? Pode significar Cristo algo para os homens do século XX?
EXORTAÇÃO
REALIDADE DE CRISTO, SUA PREEXISTÊNCIA MESSIÂNICA
A Santa Bíblia é o primeiro documento que nos fala de Cristo desde o alvorecer da história da humanidade.
A Sua preexistência remonta desde que o homem desobedeceu a Deus. Lemos na Bíblia: Gén. 3:15.
Através de todo o Velho Testamento aparece a figura de Cristo como o Messias prometido, que viria para redimir o homem da condição de pecador.
Todos os profetas falam d’Ele. Há centenas de dados sobre a Sua Pessoa e ministério, que aparecem nas páginas da Santa Bíblia antes de Ele nascer em Belém da Judeia.
Mas quem era o JEOVÁ ou YAVEH do Velho Testamento?
Era Jesus Cristo que dirigia o Seu povo através da História.
ALGUMAS PROFECIAS MESSIÂNICAS
1. Gén. 49:10 1 500 a. C. Da tribo de Judá
2. Isa. 7:14 700 a. C. Nasceria de uma virgem
3. Isa. 53:3-7 700 a. C. Maltratado e morto
4. Miq. 5:2 500 a. C. Lugar do nascimento
Todas estas e muitas outras profecias se cumpriram com uma exactidão maravilhosa.
A Bíblia fala-nos da Sua preexistência e da Sua Divindade com uma clareza impressionante. É preciso estar-se verdadeiramente cego, ou não querer ver para ignorar a realidade de Cristo.
ISAÍAS 9:6 – TÍTULOS DE CRISTO
Temos aqui a Sua preexistência e a Sua Divindade.
O SEU MINISTÉRIO PÚBLICO
Jesus não desceu a este mundo numa embarcação interplanetária, mas foi obra do Espírito Santo no sei da Santa Virgem Maria.
Nasceu num lugar humilde, um estábulo, viveu à altura da Sua origem eterna e transcendente. Jamais houve alguém neste planeta como Ele.
Os que viveram mais perto, testemunham-nos dizendo que Ele saiu de Deus: João 16:30.
Viveu mais humilde do que ninguém e a Sua vida foi ao mesmo tempo mais majestosa do que a de qualquer outra pessoa.
Realizou maravilhas de tal natureza que todo o mundo as comentará por tempos sem fim.: Lucas 4:16-21.
Curou enfermos, deu vista a cegos, ressuscitou mesmo mortos, morreu na cruz para salvar os homens como havia indicado séculos antes o profeta Isaías, e ao terceiro dia, para que se cumprissem as Escrituras, ressuscitou vencendo a própria morte.
A história, a pessoa e a obra de Jesus Cristo na actualidade ninguém a pode pôr em dúvida.
A Sua história está provada não só por aqueles que foram Seus amigos, mas também por aqueles que não tiveram nada relacionado com Ele, inclusive por aqueles que foram Seus inimigos acérrimos.
Diz o historiador judeu Flávio Josefo: «Viveu naquele tempo Jesus, homem de grande sabedoria, se lhe podemos chamar homem. Foi alguém que fez actos portentosos, um Mestre de quantos recebiam com prazer a verdade.
Ajudava tanto judeus como gentios. E quando Pilatos por mandato o condenou à morte por crucifixão, aqueles que O amavam, desde o princípio, não O abandonaram; e ao terceiro dia apareceu-lhes vivo de novo, tal como os profetas divinos tinham dito e estas e outras dez mil coisas concernentes a Ele. E a seita dos cristãos, assim chamada, até hoje perdura.» (Antiguidades Judaicas, livro 18, parágrafo 3).
Citação do Romano Tácito, século II:
«Para destruir o rumor que o acusava do incêndio de Roma, Nero inventou os culpados e lhes infligiu penas mui pesadas. Foram aqueles que, odiados pelas suas infâmias, eram chamados cristãos. O autor deste nome viveu no reinado de Tibério, tendo sido condenado ao Suplício pelo procurador romano Pôncio Pilatos.
A SUA PESSOA E A SUA OBRA
Um carácter
É admirável contemplar o carácter de Jesus. Jamais se conheceu algo parecido e jamais se chegará a superar a Sua virtude e grandeza.
O carácter de Jesus foi único, ele abre uma nova era na história da humanidade.
A Sua virtude não foi só na Sua época. Jesus distinguiu-se por uma caridade infinita. Uma caridade onde a grandeza se une a uma admirável doçura.
A bondade de Jesus era tão particular e única, as Suas virtudes vinham de uma fonte tão pura que hoje ainda continua a ser modelo para todos aqueles que querem alcançar a perfeição.
É tão nobre o carácter de Jesus que os próprios incrédulos têm dado testemunho das Sua virtudes celestiais.
A SUA MANEIRA DE VIVER
O Seu carácter foi único, a Sua obra foi excelente, a autoridade das Suas palavras e da Sua doutrina impressionaram e continuam a impressionar os homens de hoje.
Porém qual foi o Seu aspecto exterior?
Como actuou?
Onde O podemos encontrar a realizar a Sua obra?
Com quem O vimos a relacionar-Se?
Como viveu entre os homens?
O Seu aspecto, o Seu género de vida era totalmente distinto para os que O contemplavam. Vestia-se como qualquer cidadão onde foi criado. Não se retirou da sociedade para impor respeito, nem nunca procurou um lugar para Se destacar.
Vemo-l’O em casa de pecadores, junto ao poço de Samaria onde descansava das Suas fadigas, encontramo-l’O no templo quando havia reuniões gerais, nas montanhas ao ar livre, numa barca ou nas ruas apertadas da cidade.
Não tinha onde reclinar a Sua cabeça, viveu com os homens como um homem, como um irmão, como um amigo, e, às vezes, como um servo.
Partilha com amor dos sentimentos, dos interesses, das necessidades e das dores de cada um.
O PRÍNCIPE DA PAZ: ISAÍAS 9:6
Jesus veio trazer paz ao angustiado coração humano. A Sua presença infundia serenidade e paz: João 14:27.
Jesus acalma a tempestade no Mar da Galileia. Jesus acalma o angustiado coração de Pedro quando este O negou. Jesus devolve a paz ao coração da mulher de Naim que tinha perdido o seu filho.
Dou-vos a minha paz, a minha paz vos dou.
CRISTO E CADA UM DE NÓS
Qual foi o propósito da vinda de Cristo ao mundo? Qual foi esse propósito? João 10:11.
Salvar e buscar o que se havia perdido: Lucas 9:10.
A humanidade, desde o princípio, foi-se afastando cada vez mais de Deus. Por esta razão os homens têm-se visto inundados de amargura, desespero, desânimo e sem poder para, por si mesmos, resolver estas coisas.
Jesus contemplou tudo isto e abandonou o céu, a glória, para vir redimir cada um de nós dos nossos pecados. Veio buscar e salvar o que se havia perdido.
E como foi recebido? Foi com indiferença e crueldade que foi tratado.
E o que está a fazer a humanidade hoje?
Onde está a solução para os problemas do homem?
Onde está a solução? No Príncipe da Paz, JESUS.
Se nos deixarmos guiar por Ele, pelos Seus ensinos, se atendermos os Seus conselhos e instruções, a nossa vida será verdadeiramente maravilhosa.
Todos os homens.
Se entregássemos a Cristo a nossa vida, Ele a transformaria.
Se Ele dirigisse o nosso lar.
Se Ele fosse motivo do nosso respeito e reverência.
Se de hoje em diante começássemos a viver de acordo com a Sua vontade, todos os nossos problemas e da nossa família, do nosso país e do mundo, tinham solução.
A NECESSIDADE DE UMA EXPERIÊNCIA COM CRISTO
Quem é Cristo para nós? Um desconhecido? Significa Ele alguma coisa para a nossa vida? Qual tem sido a nossa atitude para com Jesus de Nazaré? Temos nós confiado n’Ele? Temos nós honrado a Cristo com uma vida digna de um nobre cristão?
Caro amigo, sentes tu esta noite a necessidade de teres um verdadeiro relacionamento com Cristo?
Queridos amigos, que Jesus seja para vós o PRÍNCIPE DA PAZ. Que os Seus ensinos sejam a norma da nossa vida, que possamos viver a Seu lado cada dia.
Que possas dizer com este poeta, Gabriel Mendes Plancarte:
Que belas novas! Não foi um sonho
Aquele horrível e sangrento lenho,
Aquelas horas de cruel dor.
Eu era a causa da tua agonia
E ao contemplá-la me consumia
Irredimido desgarrado.
Os duros pregos que te cravavam
Também a alma me trespassavam
E me feriam o coração . . .
Verdade Deus meu, que perdoas?
Verdade Deus meu, que hoje abandonas
A escura tumba para dizer
À minha pobre alma que já te esqueceste
Das terríveis e profundas feridas
Que o Calvário te fez sofrer?
Eu ‘tas bendigo! Sim, são tuas pegadas
Não são chagas, são estrelas,
São doces ninhos da minh’alma.
E tu, Deus meu, também as amas
Porque desejaram sair das chamas
Que te abrasavam o coração.
Graças, Deus meu, por tanta glória,
Graças, Deus meu, pela tua vitória,
Pela tua ditosa ressurreição
Daquela morte que deu a vida,
Nesse lenho está esculpida
Com letras vermelhas a minha salvação.
JESUS NOSSO SALVADOR
Certa noite João Wesley está a caminho de casa quando alguém lhe aparece na escuridão exigindo-lhe bruscamente o dinheiro ou a vida.
Meu amigo, disse Wesley bondosamente, enquanto lhe entregava tudo o que tinha, talvez o senhor um dia deseje abandonar essa vida. Quando chegar esse dia lembre-se disto: Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores.
Anos mais tarde estava Wesley a cumprimentar os membros à saída da igreja e alguém se aproximou e lhe lembrou aquele incidente. E disse: fui eu aquele salteador. Nunca mais consegui esquecer aquelas palavras. Nunca mais me abandonaram aquelas palavras.
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5ª Conferência
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NASCIDO DA VIRGEM
Introdução
Queridos amigos para muitas pessoas a história do Advento de Cristo a este mundo perdeu o seu significado real.
Um jornalista norte-americano escreveu há alguns anos numa revista a experiência de um fotógrafo, que devia preparar para a mesma revista, um número especial sobre o Natal.
O fotógrafo dirigiu-se à Escola de S. Roco na Itália para fotografar os maravilhosos mármores relativos ao Natal. Procurou fotografá-los em cor natural, mas fracassou no seu plano. Utilizou todas as combinações de luz, mas sem resultado.
Um exame cuidadoso revelou que os magníficos mármores haviam sido ocbertos de verniz e pó.
A beleza radiante das cores originais não podiam traspassar essa capa. Finalmente o fotógrafo usou a luz polarizada e desta forma a máquina fotográfica conseguiu captar as cores autênticas.
Este fenómeno não se dá com os mármores de Tintoreto. A história da vinda de Cristo tem sido coberta com verniz e pó comercial.
Transformou-se numa festa organizada e comercial, a tal ponto que milhões de pessoas não alcançam nem percebem o acto glorioso, admirável e eterno manifestado em Belém.
Mat. 1:23 “DEUS CONNOSCO”
Em Belém nascido da Virgem Maria, Jesus Cristo, o Senhor, entrou na corrente da História humana.
O povo de Israel esperou o Advento mais de mil anos. Haviam depositado as suas esperanças mais brilhantes nesse acontecimento. Nos seus cânticos e profecias, no seu ritual no templo e nas suas orações haviam exaltado o Seu nome e esperado o acontecimento que mudaria o futuro da humanidade.
Nas primeiras páginas da Santa Bíblia (Escritura), lemos algo que nos fala desse acontecimento.
A semente da mulher, “CRISTO”, que viria um dia, feriria a cabeça de Satanás, a serpente: Gén. 3:15.
Em muitos lugares da Bíblia é possível encontrar promessas e profecias anunciando a vinda de Cristo. Belém, a cidade de David, seria o lugar onde nasceria Jesus: Miq. 5:2.
A voz profética, como uma melodia, canta as estrofes que falam de promessas, tragédia e esperança.
Uma estrela procederá de Jacob, e um ceptro subirá de Israel: Núm. 24:17.
Até que venha Shiloh: Gén. 49:10.
Varão de dores: Isa. 53:3.
Muitas profecias se repetem dizendo: Cristo vem, Cristo vem.
Adão e Eva pensaram que o seu primeiro filho seria o Messias, o Libertador.
De Enoque em diante foi repetida muitas vezes a promessa do Messias pelos profetas. Finalmente o profeta Daniel revelou o tempo do Avento: Dan. 9:24-27.
Paulo disse que quando chegou o tempo Deus enviou o Seu Filho: Gál. 4:4.
Jesus nasceu em Belém, mas a Sua infância e juventude foram passadas numa pequena aldeia montanhosa, Nazaré, na Galileia.
Nazaré não era um lugar muito agradável e tinha má reputação: João 1:46.
Aqui se cumpriu mais uma profecia: Mat. 2:23.
Em Nazaré a virgem Maria e José, seu marido, receberam a visita do anjo Gabriel para lhe fazer a revelação que encontramos em Lucas 1:32, 35.
A resposta de Maria deveria fixar-se na memória de todas as pessoas: Lucas 1:38.
Todos os problemas da nossa vida se resolveriam se fizéssemos como Maria. Faça-se em mim segundo a Tua palavra.
Todos necessitamos de soluções para os nossos problemas. Num sentido espiritual devemos dizer como Maria, que Cristo se forme dentro de nós. A solução está em dizer: Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a Tua palavra.
Gabriel, cujo esplendor era como o do Sol, desapareceu. E Maria ficou só com o seu segredo que não podia revelar aos seus vizinhos nem a José, pois ele não a compreenderia.
Porém, quando José descobriu como ficou ele? Angustiado, desiludido, revoltado, pronto a deixar Maria. Que aconteceu então: Mat. 1:19-22.
Pouco depois Maria foi a uma região montanhosa da Judeia e visitou uma prima chamada Elizabete, ou Isabel, que viria a ser a mãe de João Baptista. Ali ambas falaram dos seus segredos e procuraram compreender a vontade de Deus.
Três meses depois, antes do nascimento de João Baptista, Maria regressa a Nazaré, e quando o tempo de nascer Jesus estava próximo, Maria e José tiveram de ir a Belém para o recenseamento imperial: Lucas 2:1, 5, 7.
Nessa cidade onde tanta gente encontrou hospedagem, Maria e José ficaram num estábulo, e foi ali que nasceu Jesus: Mat. 1:22-23.
Alguns têm procurado fazer crer que este relato evangélico é uma cópia do nascimento de Buda. Mas o nascimento de uma virgem só se deu com Jesus.
José e Maria cumpriram de tal maneira o seu dever de pais, que com a idade de 12 anos viram o maravilhoso resultado: Lucas 2:46, 47, 51.
Pouco depois de Ter dado início ao Seu ministério, Jesus assistiu a uma festa de casamento realizada em Caná da Galileia. Ali faltou o vinho. Maria recorreu a Jesus que fez ali o Seu primeiro milagre. Foi ali que Maria disse: «Fazei tudo o que Ele vos disser»: João 2:5.
Finalmente vemos a Virgem Maria aos pés da cruz, vemo-la desmaiar. Vemos João sustentando-a e levando-a para sua própria casa: João 19:25-27.
Com certeza que Maria amava João e João amava Maria, porque estavam unidos a uma pessoa a quem ambos amavam, JESUS.
A Bíblia Sagrada não nos mais nada sobre Maria, a não ser que ela estava presente com mais alguns discípulos quando se deu o derramamento do Espírito Santo no dia de Pentecostes.
A tradição diz que Maria acompanhou João a Éfeso muitos anos depois da crucifixão e nessa cidade viveu os seus últimos anos. Há lá uma colina onde se supõe que ela está sepultada.
Não é estranho que a Igreja tenha rodeado a Virgem Maria de estima e carinho. Ela foi um exemplo de piedade e dedicação. A sua crença espiritual era aguda e segura.
Os escritores do Novo Testamento falam de Maria como a mão de Jesus. Deus concedeu-lhe essa graça por ela ser única/ímpar em santidade. Todas as gerações a devem considerar bem-aventurada.
Porém a Bíblia guarda silêncio acerca de qualquer categoria especial dada à Virgem Maria. «O título de Deus foi-lhe dado no Concílio de Éfeso no ano 431 A. D.».
No século VI uma quantidade de noções falsas acerca de Maria, originalmente inventadas pelos gnósticos, uma seita conhecida pelo nome de Coliridianos, foram adoptadas pela Igreja oficial.
Assim se abriu o caminho para o culto de Maria, mas nem a Bíblia nem a História exaltam Maria dessa forma.
Ela aparece unicamente na Bíblia como um instrumento através do qual Deus deu a Sua graça, Jesus Cristo, a toda a humanidade. Ela é apenas um exemplo para todo o discípulo cristão e nesse sentido deve ser considerada com estima eterna.
Em Abril de 1865, Edwin Stauton, secretário da guerra norte-americana, levantou-se junto do leito onde tinha estado joelhado e correu as cortinas da janela para escurecer o quarto. Logo depois volveu-se para olhar o corpo sem vida de Abraão Lincoln e disse: Agora pertence ao passado.
CONCLUSÃO
Como Maria devemos encontrar pessoalmente o Mestre da vida. Maria encontrou-se com Ele e disse: Lucas 1:46-47.
NOTAS
Gnosticismo: Doutrina filosófica e religiosa dos primeiros séculos da era cristã. Era uma mistura de doutrinas cristãs e judaicas orientais. Pretendia ter um conhecimento intuitivo e misterioso das coisas divinas. Com esse conhecimento esotérico, superior os gnósis com que pretendiam ir mais além da simples fé, uniam as ideias tiradas dos livros sagrados do cristianismo, com as doutrinas politeístas.
A seita dos Coliridianos apareceu na Arábia por volta do ano 373, originária da Trácia e Escitia. Os Coliridianos nome que veio da palavra grega Collyris (Torta) receberam esse nome porque praticavam a cerimónia de oferecer pequenas tortas em honra da Virgem Maria. Os pagãos ofereciam tortas à sua deusa Ceres, e para não serem menos do que estes, algumas mulheres cristãs introduziram o costume de oferecer dessas prendas à Virgem.
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6ª Conferência
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SOFREU SOB PÔNCIO PILATOS
Introdução
Contam os evangelhos que umas semanas depois da ressurreição de Lázaro, o Senhor Jesus uma vez mais dirigiu os Seus passos para Jerusalém e falava sobre as cenas culminantes da Sua vida e Seu ministério terrestres.
Disse que a Sua obra se aproximava rapidamente do Seu final.
Perante Ele apareciam claramente as cenas do Seu sofrimento e morte.
O milagre da ressurreição de Lázaro tinha estampado o selo na Sua obra como Messias; mas quando os dirigentes judeus, de Jerusalém se, inteiraram deste milagre, decidiram matar Jesus na primeira oportunidade.
Os Saduceus, que negavam a vida depois da morte, alarmaram-se de tal maneira, que se juntaram aos Fariseus na determinação de silenciarem o Mestre de Nazaré.
Conta o evangelho que Cristo repousou no Sábado em Betânia, na casa de Simão. Por esse tempo Judas foi ao palácio do Sumo Sacerdote e ofereceu-se traiçoeiramente para entregar Jesus nas suas malvadas mãos.
No primeiro dia da semana da paixão, Jesus entrou triunfante em Jerusalém e manifestou-se em público como o Messias e Rei. Sabia que esse procedimento o levaria à cruz, porém, o seu propósito consistia em chamar a atenção de todos para o sacrifício que estava para realizar.
Exposição
Na Segunda-feira expulsou pela Segunda vez os vendilhões do templo como tinha feito 3 anos antes.
Nessa noite Jesus retirou-Se, com 4 dos Seus discípulos, para o monte das Oliveiras, onde lhes disse o que devia acontecer antes do estabelecimento do reino universal na terra.
Na Terça-feira passou o dia só com os Seus discípulos.
Na Quinta-feira Jesus celebrou o rito da Santa Ceia, a última Páscoa. Aí falou com eles acerca do futuro e do Seu regresso à Terra.
Depois disto dirigiu-Se ao horto das Oliveiras. Aí o peso dos pecados do mundo inteiro levou-O a sofrer a chamada agonia do Gêtsemane: Lucas 22:39, 44.
Foi nesse momento que Jesus se sentiu tentado a não completar a Sua missão. Porém um anjo do Senhor O confortou e fortaleceu para que suportasse as horas de tortura que O esperavam.
Foi nessa noite que arrastaram Jesus. E pela manhã foi levado às autoridades judaicas e depois a Pôncio Pilatos e Herodes.
Aqui o Credo dos Apóstolos fala-nos da personagem mais rude da História. Pôncio Pilatos tinha sido designado Procurador Romano dos judeus no ano 26 e continuou durante mais 10 anos o seu governo.
A história da crucifixão é relatada com ponderação pelo apóstolo: João 19:17, 18, 23, 24. A História diz pouco dos últimos dias de Pilatos. Foi chamado a Roma perante o Imperador. Depois tudo é mistério.
Segundo o historiador eclesiástico Eusébio, Pilatos foi desterrado para a localidade de Vianne, Ribeiras de Ródano, onde se terá suicidado. Nessa cidade há um monumento, em forma de pirâmide, chamado a tumba de Pilatos.
Esta é, meus queridos amigos, a vida de um homem que promulgou a sentença de morte sobre o amado Filho de Deus e Salvador do mundo.
Jesus morreu. A forma e circunstâncias desse sacrifício supremo são menos importantes do que aquilo que Ele conseguiu para todos nós.
Mediante a Sua morte Jesus pagou a penalidade do pecado e reivindicou a justiça e a misericórdia de Deus. Esta é a razão profunda da Sua morte.
Jesus e Satanás encontram-se na cruz. Uma grande confrontação teve lugar junto à cruz: o egoísmo e o ódio do grande rebelde encontraram-se frente a frente com o amor desinteressado do Deus Criador e Redentor.
Já pensámos, meus amigos, profundamente no grande amor de Jesus, que se dispôs a tomar a natureza humana, a morrer como um grande criminoso, enquanto Satanás no Céu quis ser igual a Deus?
A história da cruz mostra que Deus é misericordioso e justo ao perdoar os pecados dos homens. Vemos nela como Deus providenciou a restauração dos homens.
Adão e Eva, criados à imagem de Deus e dotados de inteligência e de todas as coisas boas que eles podiam imaginar, foram enganados por Satanás. Assim se uniram ao rebelde e se separaram do seu Criador; mas Deus demonstra o Seu grande amor pela humanidade caída ao vir em seu socorro e perguntar, Adão onde estás: Gén. 3:9, 15.
Até nós chega também hoje a voz de Deus, através dos profetas, falando-nos da salvação: I Pedro 1:10.
Deus faria tudo para mostrar que amava as suas criaturas: João 3:16-
Cristo veio para revelar Deus aos homens: Mat. 1:23.
Os anjos celestiais contemplaram com assombro o Deus Criador andando entre e com homens.
1. Contemplaram o Seu sofrimento até transpirar gotas de sangue, no Gêtsemane.
2. Contemplaram o Seu sofrimento ao dizer: «Deus meu, Deus meu, porque me desamparaste?»
3. Contemplaram a Sua morte devido aos pecados da humanidade.
4. Podemos assim compreender melhor o amor de Deus em João 3.16.
Queridos amigos, poderia existir um amor maior do que este? Cristo morrer; o Criador morrer, para nos salvar?
A Natureza revoltada. O próprio Universo ficou horrorizado.
O Céu ficou negro e a própria Terra tremeu.
Foi nesse momento que Satanás ficou desmascarado.
Nenhum vínculo de simpatia permaneceu entre Satanás e os anjos leais.
Está consumado: Exclamou Jesus ao morrer. Acabara naquele momento a obra que tinha vindo realizar.
Aceitando a Jesus o homem fica livre dos seus pecados
Quem era Jesus? Todos os autores que participaram no drama dão testemunho de que Jesus viveu uma vida sem pecado.
Na noite da Santa Ceia, antes da Sua crucifixão, Jesus disse: João 15:10; 8:37, 46.
O próprio Pilatos disse: Mat. 27:24.
E Paulo afirma: Heb. 4:15.
CONCLUSÕES GERAIS
Que realizou Jesus ao viver uma vida sem pecado?
1. Demonstrou que quando Deus mora no nosso coração podemos vencer o pecado, e viver uma vida de obediência a Deus.
2. Jesus ofereceu ao Pai a Sua vida justa para livrar-nos dos nossos pecados. Rom. 3:25.
3. Está agora em melhores condições de compreender-nos e ajudar-nos na nossa luta contra o pecado.
4. Cristo revelou Deus aos homens. Rom. 8:3-4.
A morte de Cristo realizou 3 coisas:
1. Afirmou e glorificou a Lei de Deus.
2. A cruz revelou o grande amor de Deus.
3. A cruz mostra plenamente qual era e é o valor humano para Deus.
Tudo isto, meus queridos amigos, porque Jesus sofreu sob Pôncio Pilatos.
Aplicações pessoais:
Que significa para nós a morte de Cristo no Calvário?
Queridos amigos o segredo da felicidade está no Calvário. Ali se encontram o amor e o sacrifício, ali se encontra a nobreza e a paz, ali está Cristo estendendo os Seus braços e dizendo a todos os homens: «Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei.» (Mat. 11:28).
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7ª Conferência
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Desceu aos Infernos
Introdução
O corpo de Jesus, até depois da Sua morte, era precioso para os Seus discípulos. Naturalmente desejavam dar-lhe honrosa sepultura, mas como poderiam eles levar a cabo esse propósito?
A razão pela qual haviam condenado a Jesus de Nazaré era de traição contra o governo romano. E os cadáveres condenados à morte por tais crimes eram arrojados num lugar especial previsto para tais criminosos.
O apóstolo João e as santas mulheres tinham permanecido ao pé da cruz. Não podiam abandonar o corpo do Seu Senhor nas mãos de soldados sem sentimentos, que O sepultariam numa tumba desonrosa.
Porém como poderiam impedi-lo? Não tinham influência para com as autoridades judaicas, nem para com Pilatos.
Mas nesta emergência José de Arimateia e Nicodemos vieram em seu auxílio. Este dois homens eram membros do Sinédrio e conheciam o Procurador Romano.
José tinha uma sepultura nova, aberta numa rocha, num horto fora da cidade. Como membro do Sinédrio não tinha aprovado a resolução de condenar Cristo, porque secretamente era Seu discípulo. Foi no dia da Sua crucifixão que, tanto ele como Nicodemos, se declararam seguidores de Jesus.
José valorosamente foi ter com Pilatos e rogou-lhe que lhe entregasse o corpo de Jesus. O seu pedido foi atendido e o Senhor foi sepultado na tumba de José, a qual estava perto do lugar da crucifixão.
Nicodemos levou uma valiosa mistura de mirra e óleo que pesava uns 50 Kg a fim de embalsamar o corpo. Nem as personagens mais importantes de Jerusalém eram tratadas com tanta honra e respeito na sua morte.
Agora Jesus descansava na tumba. Tinha terminado um longo dia de torturas e escárnios. Quando os últimos raios do Sol assinalaram o começo do dia de repouso, o Filho de Deus descansava em paz na sepultura, depois de ter terminado a Sua obra.
Exposição: Jesus Descansa na Sepultura no Sábado
Quando no princípio os Céus e a Terra foram acabados, o Criador e os seres celestiais regozijaram-se ao contemplar o resultado da criação e repousaram durante o Sábado.
Agora Jesus descansava da obra da redenção que havia terminado.
Uma humanidade restaurada e redimida que nunca mais tornaria a cair. Foi como Deus Pai e os Anjos viram a obra de Cristo.
O dia que Cristo descansou está relacionado para sempre com esta cena e quando chegar o dia da restauração de todas as coisas, o Sábado será o mesmo em que Jesus repousou na tumba de José, e continuará a ser um dia de repouso e alegria.
O Mestre descansava, porém, o alvoroço e a agitação da população de Jerusalém aumentava. Os dirigentes do povo encontravam-se em sérias dificuldades. Temiam mais o Cristo morto do que o Mestre vivo.
Podemos imaginar o povo que continuou, de acordo com a sua prática, a levar os enfermos e sofredores ao pátio do Templo e perguntavam: Quem pode dizer-nos onde está Jesus de Nazaré? Até os autores mais cínicos do drama, ocorrido na Palestina, não podiam crer que Jesus fora um enganador. Alguns deles tinham estado junto à sepultura de Lázaro e visto a sua ressurreição. Temiam agora que Jesus Se levantasse dos mortos. Recordavam que Jesus dissera: «Destruí este templo, e em 3 dias o levantarei.» (Mat. 12:22).
Jesus referia-Se ao templo do Seu corpo. E Judas tinha-lhes dito o que Jesus dissera aos Seus discípulos na Sua última viagem para Jerusalém: Mat. 20:18-19.
Quando escutaram esta declaração, ridicularizaram-n’O, mas agora temiam-n’O.
Colocaram uma grande pedra na sepultura, selaram-na com o selo romano, e puseram guardas junto dela para impedir que alguém se acercasse desse lugar.
Em relação com tudo isto, o Credo dos Apóstolos declara que Jesus foi sepultado e que desceu ao inferno. À primeira vista esta declaração parece chocante. Como pôde Cristo descer ao inferno? Este ensino dos apóstolos originou-se provavelmente do primeiro sermão de Pedro: Actos 2:29-31.
Nesta passagem há duas palavras que requerem consideração. A primeira é “INFERNO”. Esta palavra vem do grego HADES, lugar dos mortos. O termo hebraico, empregado no Velho Testamento, é SHEOL: II Sam. 22:5-6; Isa. 28:15.
Encontramos a expressão HADES equivalente a SHEOL 11 vezes no Novo Testamento.
O Credo dos Apóstolos ensina-nos, portanto, que Cristo estaria na tumba um tempo muito limitado, que o HADES ou SHEOL não O reteria.
Analisemos um pouco mais o inferno do “Credo dos Apóstolos”. As Escrituras Sagradas não nos ensinam que o pecado e a negação de Jesus Cristo receberão castigo na sepultura. O lugar usado no Novo Testamento para esse castigo é “GEHENNA”, o qual aparece 12 vezes no Novo Testamento. Esta mesma palavra é a expressão do termo hebraico de Vale de Hinon.
O Vale de Hinon situava-se a Sul de Jerusalém e é mencionado repetidamente no Velho Testamento. Ali os Bárbaros, ou pagãos, celebravam o rito de queimar os filhos em honra ao deus Moloque.
A tradição rabínica sustém que o Vale de Hinon era também fora da cidade de Jerusalém, destinado à incineração de cadáveres e desperdícios.
Jesus empregou 3 vezes esta palavra no sermão do Monte: Mat. 5:22, 29, 30.
Noutra ocasião Jesus falou d’Aquele que pode destruir a alma e o corpo no inferno.
Prezados amigos, não importa onde possa ser o inferno e quando será, interessa-nos saber que ele destruirá a alma e o corpo. É isto o que nos diz a Palavra de Deus: Mal. 4:1.
O castigo eterno é a destruição eterna: Ezeq. 18:4.
Jesus disse que chegaria o tempo da separação da humanidade: Mat. 25:34, 41, 46.
Ao dizer-se que o fogo é eterno não quer dizer que os ímpios serão arrojados nele e sofrerão agonias durante toda a eternidade.
Pedro e Judas mostram-nos que será uma destruição definida, eterna: II pedro 2:6; Judas 7. (“SODOMA” e “GOMORRA”) . O mesmo acontecerá com os ímpios que forem lançados no inferno de fogo.
Quando acontecerá a destruição dos ímpios? Jesus o indicou: Mat. 13:30.
O que é a ceifa? Mat. 13:38, 39, 41, 42; 16:27.
A recompensa adequada virá só no fim do mundo ou seja no tempo da ceifa.
Convém recordar, no entanto, que qualquer que receber o castigo eterno é, na realidade, um usurpador, porque o fogo foi preparado para o Diabo e os seus anjos.
Se algum de nós for lançado no fogo, a culpa será nossa. Nunca será culpa de Deus. Unicamente os que rejeitam Jesus Cristo e aceitam a direcção de Satanás serão destruídos.
Algumas pessoas dizem que não é justo que o homem receba o castigo pelo pecado de Adão e por causa do seu próprio pecado, porque todos somos pecadores e nada pode evitá-lo. A resposta é clara: Nunca seremos sujeitos ao fogo por causa do pecado de Adão, ou porque pecámos sem saber o que estávamos a fazer: Tiago 4:17.
Se chegarmos a ser condenados será porque recusámos o remédio previsto para o pecado tanto de Adão como nosso.
Se sofremos a destruição eterna é porque não aceitámos o sacrifício de nosso Senhor Jesus Cristo, que morreu para salvar-nos da destruição e hoje está apelando para que nos entreguemos a Deus.
A experiência da cidade alemã, AACHEM, que ardeu durante a II Guerra Mundial, porque não se rendeu e como tal foi submetida a uma terrível destruição.
Com muitos de nós está a acontecer algo parecido. Estão-nos sendo enviadas advertências e foi-nos preparada uma via de escape. Mas meus amigos, apesar da obra do Salvador e dos Seus misericordiosos apelos, muitas pessoas recusam insensatamente apartar-se do mal e voltar para Deus para receber a vida.
CONCLUSÃO
1. Cristo desceu aos infernos Sepulcro: “lugar inferior em relação ao nível da terra”.
2. O fogo eterno na Bíblia está relacionado com a destruição eterna.
3. O castigo dos ímpios não é um sofrimento eterno, mas uma destruição eterna.
4. O único meio para evitar a destruição eterna é aceitar Jesus Cristo como nosso Salvador pessoal.
Aplicação: João 17:3; I João 5:11-12.
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8ª Conferência
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RESSUSCITOU DOS MORTOS
Introdução
Cristo jazia na tumba de José de Arimateia.
Decorreu a tarde e a noite de Sexta-feira. De igual modo decorreu lentamente o Sábado e a noite do primeiro dia da semana. E Cristo continuava prisioneiro na Sua estranha tumba, com a grande pedra colocada no seu lugar, o selo romano intacto e os guardas romanos atentos e vigilantes no seu posto. Porém, algo assombroso ocorre: Mat. 28:2-6.
Um grande terramoto assinalou a sua morte e agora outro terramoto assinala o momento da Sua ressurreição.
Chegara a hora da libertação e dos poderosos raios do poder de Deus iluminarem as trevas da morte.
O Credo dos Apóstolos diz, com sensatez, que ao terceiro dia ressuscitou dos mortos.
E a Sua ressurreição iluminou tudo o que Cristo tinha ensinado, toda a Sua obra que, para os discípulos, fora um pouco misteriosa.
O escritor Scott Holland disse: «A ressurreição não foi só o Senhor ser levantado dentre os mortos. A vida na Terra levantou-se com Ele. Foi levantada e ficou iluminada na sua verdadeira luz.»
Obras e milagres tinham afirmado a preeminência do Messias. Os enfermos tinham sido curados, os demónios expulsos de endemoninhados, coxos, mudos, surdos e cegos tinham sido sarados, famintos alimentados e pecadores tinham recebido o perdão.
Todas estas coisas tinham o seu lugar. Porém nenhum ensino ou obra poderosa tinham desferido um golpe fatal nos inimigos do homem. E esses inimigos era o pecado e a morte. Esse golpe poderoso requeria a morte e ressurreição do Messias: Efés. 1:19-20.
Exposição:
Desde o princípio esta mensagem da ressurreição foi o episódio mais assombroso da História. Os cristãos primitivos atribuíram-lhe o maior valor e viram nela a sua relação com os escritos do Velho Testamento. A grande força da Igreja Apostólica consistia no anúncio da ressurreição de Cristo: I Cor. 15:3-5.
Os acontecimentos que tinham ocorrido nesses dias deviam entender-se como o cumprimento de antigas declarações. De maneira que a ressurreição fez com que os apóstolos estudassem as Escrituras. Unicamente aí podiam ver o significado dum acontecimento tremendo e a sua ligação com o eterno propósito de Deus.
Convém referir aqui que a teologia dos apóstolos não teve origem nas suas próprias teorias, porém os acontecimentos históricos levaram-nos a adoptar crenças que, por vezes, diferiam muito das suas próprias ideias. A ressurreição foi o mais significativo desses acontecimentos.
O tema da ressurreição era o centro do ensino apostólico. Em conexão com isto podem estabelecer-se 3 pontos essenciais:
1. Cristo morreu realmente. Experimentou a morte em toda a sua amargura. Morreu pelos pecadores.
2. Cristo certamente vive.
3. Cristo ao viver depois da morte, não demonstrou simplesmente que todos os bons voltarão a viver.
A ressurreição de Cristo revela o propósito para o qual a natureza humana foi criada, e que será alcançado quando Cristo vier e nos libertar do pecado e da morte.
Este milagre só pode ser compreendido por aqueles que experimentarem um novo nascimento: João 3:3-5.
No entanto não podemos compreender o verdadeiro sentido da ressurreição sem investigarmos os documentos históricos.
Devemos estudar os acontecimentos ocorridos em Jerusalém.
As pregações feitas por Jesus acerca dos Seus sofrimentos, parecem ter encontrado eco nos discípulos. Nas Suas predições relacionadas com a ressurreição não tiveram neles impacto claro: Mar. 9:31-32.
Marcos regista, pelo menos, 3 predições da ressurreição e diz que os discípulos não compreendiam isto de ressuscitar dos mortos: Mar. 9:10; 14:28; João 2:19.
Daí a evidência de não esperarem a ressurreição.
Consideremos a história da Igreja quando o Mestre foi colocado na tumba de José. Depois do julgamento e da crucifixão estes homens ficaram espantados, temerosos, desanimados. Para eles foi um desastre completo.
Mas que aconteceu? Que mudança se operou nesses discípulos que passaram de homens temerosos, desanimados, a proclamar poderosamente a necessidade de arrepender-se e baptizar-se em nome de Jesus?
Nenhuma pessoa que pense pode evitar estas perguntas.
Notemos novamente a força da mensagem cristã depois da ressurreição e depois da ascensão ao céu.
A experiência de Saulo de Tarso:
A mudança deste homem. Ele próprio atribui a mudança a um acto inesperado realizado por Cristo: Gál. 1:16; Fil. 3:12.
Este testemunho de Paulo é corroborado por outros discípulos e por milhões de cristãos consagrados, que têm vivido desde esse dia até à nossa época.
Esta mudança nas pessoas não poderia dar-se, meus queridos amigos, sem o acto da ressurreição de Cristo. Foi o Cristo ressuscitado, e nada mais, que ganhou Paulo para a Sua causa. As declarações de Paulo neste sentido são tão evidentes como as dos evangelhos: I Cor. 9:1; 15:4-8.
Meus queridos amigos, morto, sepultado e ressuscitado era a crença dos apóstolos. Depois dos seus testemunhos será para nós ainda difícil crê-lo?
Os apóstolos mostram-nos que este acontecimento foi o tema básico da sua pregação. Se suprimíssemos a verdade da ressurreição do Novo Testamento, toda a estrutura da doutrina seria derrubada e assim desaparecia para nós a esperança.
Para todos os que nos identificamos com a existência de Jesus, a morte mudou para sempre. E não é o fim de tudo. Porque o Senhor ressuscitou ao terceiro dia, temos a esperança de que há algo mais além: I Cor. 15:12-20.
Todas as pessoas dizem que tudo tem solução menos a morte. Mas a morte tem solução graças à ressurreição de Cristo. A ressurreição de Cristo é a garantia da nossa ressurreição e vida eterna: I Cor. 15:51-57.
CONCLUSÃO
Há alguns anos um homem encontrou uma moeda espanhola na Florida, Estados Unidos. Essa moeda tinha a data de 1769 e tinha uma inscrição latina “PLUS ULTRA”. Porém, naquela época as moedas espanholas levavam uma palavra mais: “BOM PLUS ULTRA”. Porque teria ocorrido essa mudança?
A experiência do descobridor Cristóvão Colombo.
O grande e novo mundo estava mais além, por isso a monarquia espanhola mudou a inscrição de NÃO MAIS ALÉM para MAIS ALÉM. O novo mundo estava mais além.
Queridos amigos , sem o plano da salvação de Deus, centrado em Cristo, nas tumbas dos homens estaria escrito a seguinte lápide: NÃO MAIS ALÉM.
E isto seria desesperador, terrivelmente triste. Mas Deus veio até nós e revelou-nos a vida e a imortalidade. A luz brilhou na tumba de José de Arimateia, onde Cristo foi sepultado e onde ressuscitou. A fé escreveu em cada tumba dos filhos de Deus: MAIS ALÉM.
Quando visitamos um cemitério lemos nas tumbas: AQUI JAZ, AQUI ESTÁ. Mas na tumba de José de Arimateia a frase é diferente: Mat. 28:6.
Para nós isso é a bem-aventurada esperança: I Tess. 4:13-18.
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9ª Conferência
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ASCENDEU AOS CÉUS
Introdução
Chegara o momento em que Cristo devia ascender aos Céus. Nosso Senhor havia-Se referido, pelo menos duas vezes, a este acontecimento, que poria fim ao Seu ministério terrestre: João 3:13; 6:32.
Com estas declarações podemos ver que a ascensão estava prevista na séride de acontecimentos que tinham de ocorrer.
Sem dúvida, depois da Sua ressurreição, Jesus permaneceu na Terra durante um tempo a fim de os Seus discípulos se familiarizarem com Ele como um Salvador ressuscitado.
As Suas aparições repetidas apoiaram definitivamente a Sua ressurreição. Algumas tiveram lugar na Judeia, outras na Galileia, como a pesca milagrosa junto ao lago de Tiberíades: João 21.
Ao fim de 40 dias o Mestre deu as Suas últimas instruções aos Seus discípulos e despediu-Se.
Deviam proclamar a todos as boas novas da Sua obra: Mat. 28:19.
Depois disso Jesus elegeu o sítio onde se verificou a Sua ascensão: Seria o lugar que constantemente havia sido santificado pela Sua presença, enquanto viveu entre os homens.
Nem o monte de Sião onde se situava a cidade de David, nem o monte Moriá onde se encontrava o grande templo, seriam honrados dessa maneira. Elegeu o monte das Oliveiras onde muitas vezes repousou.
Foi também desse lugar que Cristo contemplou a cidade de Jerusalém e chorou.
Os bosques e os vales da montanha tinham sido testemunhas das suas orações e lágrimas.
Foi também na parte oriental dessa montanha que encontrou um lar onde podia descansar: a casa de Lázaro em Betânia.
Ali estava também o horto das Oliveiras, ou Jardim do Getsemane, na base do monte.
Exposição:
Agora Jesus, rodeado dos Seus discípulos, prepara-Se para ir para o lugar de onde tinha vindo a presença do Pai. Lucas diz o seguinte: Actos 1:6-9.
Há quem ponha em dúvida o relato da ascensão de Cristo ao Céu. Dizem que isso são histórias do universo infantil e que já passou de moda.
Não é anti-científico pensar num lugar onde vive o nosso Senhor, como um mundo superior de luz e glória, tão superior ao nosso como o bem está acima do mal.
O Credo dos Apóstolos regista a ascensão do Senhor com as seguintes palavras: «Subiu ao Céu onde está sentado à direita de Deus Pai».
Há 3 benefícios que os filhos de Deus recebem da ascensão de Jesus Cristo.
Em primeiro lugar Jesus, que foi exaltado no Céu, serve de Advogado do cristão na presença de Deus Todo-poderoso. Os apóstolos ensinaram claramente a natureza e a importância deste benefício: Rom. 8:31-34; I João 2:1-2.
Comentários:
A epístola aos Hebreus foi escrita para expressar a relação deste sentimento com o plano da salvação de Deus. Esta epístola apresenta um chamado claro não só aos cristãos judeus do primeiro século, como também aos homens de todas as épocas. Devem levantar os olhos e ver o ministério perfeito e perpétuo do nosso Senhor.
O ministério de Cristo desde a Sua ascensão constitui o tema central da epístola aos Hebreus: 4:16; 6:19-20; 7:24-25.
Vemos desta maneira explicada a natureza do ministério de Cristo realizado à direita de Deus.
Cristo é o único que está qualificado perfeitamente para ser Advogado do homem na sua reconciliação com Deus.
Como Rei-Sacerdote este mediador comunica a todos os crentes, por meio do Espírito Santo, os dons e as bênçãos que Ele obteve para eles mediante a Sua morte e ressurreição. Paulo resume este grande benefício em I Tim. 2:5.
O segundo benefício que recebemos graças à ascensão de Cristo é expressado por um pregador escocês, pastor Duncan, que disse: «O povo da Terra está no trono da Majestade nas alturas. Estamos bem certos que Ele, como nossa cabeça, também nos ligará como Seus membros a Si mesmo.»
Cristo ao receber a forma humana habilitou-Se a reconhecer todas as nossas necessidades: Heb. 2:17-18.
O ser humano está bem representado no Universo graças a Cristo que foi em tudo semelhante a nós.
Se antes Satanás pretendia ser o representante deste mundo, agora, sem dúvida, é Cristo.
O terceiro benefício que obtemos por meio da ascensão tem uma importância suprema: O Dom do ESPÍRITO SANTO.
Deus Espírito Santo tem realizado sempre uma obra de graça no coração dos homens. Mas a plenitude do Espírito Santo não podia manifestar-se antes de Jesus ser glorificado: João 7:39; Actos 2:32, 34.
A obra do Espírito Santo merece a nossa atenção especial. Falaremos mais profundamente deste assunto numa próxima conferência.
Entretanto devemos saber que mediante o Seu ministério o Senhor Jesus Cristo está connosco enquanto lutarmos neste mundo: Marcos 16:19-20.
Queridos irmãos, quão importante é saber que Cristo ressuscitou, ascendeu ao Céu e está sentado à direita do Deus Pai Todo-poderoso. Ascendeu por cada um de nós e vive por cada um de nós: Heb. 7:25.
Esta obra de intercessão de Cristo é, de certo modo, um exemplo para os Seus seguidores. A amplitude e a qualidade da vida cristã mede-se pela altura e profundidade das nossas orações junto ao trono da graça onde Jesus está como intercessor.
Se a oração de um cristão tem poder para interceder por algum querido, como não será a intercessão de Cristo: Heb. 4:16.
CONCLUSÃO
Cristo 40 dias depois de ressuscitar ascendeu ao Céu para estar sentado à direita de Deus Pai. A Sua ascensão ao Céu e os seus benefícios para nós são reais:
1. Um Advogado nosso defensor diante do Pai Todo-poderoso.
2. Nosso representante perante o Universo.
3. Cumprimento da promessa do Espírito Santo.
A Sua ascensão é um exemplo da Segunda ascensão: I Tess. 4:16-18.
A Sua ascensão operou a derrota de Satanás e a sua expulsão dos átrios celestiais: Apoc. 12:1-12.
Cristo ressurgiu como as primícias dos que ressuscitaram por ocasião da Sua ressurreição: Mat. 27:51-53.
Aplicação:
«Vou, pois, preparar-vos lugar e virei outra vez». João 14:1-3.
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10ª Conferência
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VOLTARÁ PARA JULGAR OS VIVOS E OS MORTOS
Introdução
Carlos G. Finney, jovem estudante de Direito, estava certa vez sentado no escritório de um Advogado. Era manhã cedo e estava só. Havia estudado leis durante 4 anos; estava a viver egoisticamente esses momentos. Repentinamente pareceu-lhe ouvir uma voz dentro da sua mente:
Carlos, que farás quando terminares os estudos de advocacia? A sua resposta foi imediata, pois tinha pensado muito nisso. Bom, abrirei o meu escritório e dedicar-me-ei à prática de advocacia. E que acontecerá depois disso? Ganharei dinheiro, terei muita fama e chegarei a ser rico.
E depois disso que acontecerá?
Construirei uma bonita casa, terei uma família, e serei respeitado por todos.
E que acontecerá depois disso? Bom alcançarei uma idade avançada e terei que reformar-me. E depois disso que acontecerá?
Os homens têm que morrer e eu também morrerei.
E depois disso que acontecerá? Estas palavras ficaram ecoando na sua mente. E depois disso que acontecerá, e depois disso que acontecerá?
De repente surgiu do fundo da sua memória um pensamento das Sagradas Escrituras, aprendido na sua meninice, Heb. 9:27.
Este jovem deu um salto e ficou de pé. Deu-se então conta do verdadeiro propósito da vida. Viu-se a si mesmo perante o tribunal de Deus. Tudo isto lhe deu o sentido da responsabilidade da sua existência e dali em diante dedicou-se ao ministério cristão. Chegou a ser conhecido não como advogado mas como um eficiente e eficaz evangelista. Durante 50 anos levou muitos milhares de pessoas a Ter uma vida centrada em Deus.
Exposição
Queridos amigos, nada nem ninguém pode escapar ao juízo. Esta é uma das verdades mais certas das Sagradas Escrituras.
Deus é apresentado com frequência pelos escritores bíblicos a submeter os habitantes da terra ao juízo: Jer. 25:30-31; II Cor. 5:10.
Há quem afirme que a ideia do juízo é antiquada e velha. Esta ideia é tão velha como a Palavra de Deus, como o Sol, as estrelas e o próprio Deus.
Assim o compreendeu Paulo: Gál. 6:7.
Assim o compreendeu Salomão: Ecl. 11:9.
No fim todos os homens terão de comparecer perante Deus. As personagens do Velho Testamento conheciam bem este conceito do juízo universal: Ecl. 3:17.
Os apóstolos também nos asseguram que há um juízo final: II Cor. 5:10; Actos 10:42; Apoc. 20:12.
Ninguém que esteja familiarizado com a Bíblia poderá ficar surpreendido, pois o Livro de Deus faz distinção entre a lealdade e a deslealdade, entre o bem e o mal. Nas suas páginas fala-se claramente da recompensa dos justos e do destino dos ímpios e isto implica um julgamento. O resultado deste juízo depende da aceitação ou desprezo de Jesus Cristo, o Senhor. Assim registou o apóstolo as palavras do Mestre: João 5:27.
Aceitamos nós agora Jesus como nosso Redentor para enfrentarmos com serenidade o juízo final?
O Mestre disse que todos, sem excepção, seriam submetidos a juízo: Mat. 12:36. Este juízo encontrava-se no futuro em relação ao tempo de Jesus: Mat. 11:22, 24.
Sodoma, Tiro e Sídon haviam sido destruídas muito tempo antes de Jesus.
Os homens são responsáveis pela luz da verdades que recebem.
Jesus deu importância aos que aceitam ou rejeitam a Sua Palavra.
A única maneira de evitar a condenação no juízo é aceitar e crer em Cristo.
Pessoas de todas as épocas estarão perante o juízo no fim: João 5:25-29.
No juízo haverá só duas classes de pessoas.
Não os ricos e os pobres, não os sábios e os simples, não os eruditos e os ignorantes, mas ali haverá só justos e ímpios.
Jesus compara este ensino à separação dos bodes (cabras, cabritos) das ovelhas: Mat. 25:31-46.
Tanto os ensinos de Jesus como os dos apóstolos têm um significado especial para os cristãos dessa época.
Estes conheciam as ideias dos judeus sobre o juízo divino através dos serviços religiosos que realizavam no santuário hebreu. A Bíblia fala-nos do santuário edificado por Moisés no deserto onde se representava, através das imolações dos cordeiros, o verdadeiro Messias e o Seu sacrifico.
Mas Cristo havia de vir ao mundo no momento determinado para solucionar definitivamente o problema de Satanás, do pecad, dos pecadores, e para libertar completamente os santos.
Como já vimos Jesus e os apóstolos dizem que o dia do juízo estava no futuro.
Com base nisto foram reveladas a João as mensagens vitais que deviam ser proclamadas antes do tempo do juízo: Apoc. 14:6-7.
Notamos aqui a expressão bíblica: A hora do juízo é chegada. Neste momento o juízo não está no futuro. Há uma fase do juízo que está a decorrer enquanto se proclama esta mensagem. Isto significa que o juízo de Deus, na fase da decisão, ocorrerá no ´ceu durante o período final da Terra.
Devemos aclarar este ponto da natureza do juízo de Deus e os ensinos bíblicos sobre o juízo. Este compreende 3 partes, tal como acontece nos tribunais civis aqui na terra.
1ª PARTE Faz-se a investigação.
2ª PARTE Faz-se o veredicto.
3ª PARTE O juiz lê ou dá a sentença.
Quando o Credo dos Apóstolos declara que Cristo vai vir julgar os vivos e os mortos, refere-se à última parte, a sentença dada pelo juiz.
Mas antes da Segunda vinda do Senhor e da parte final, o Senhor precisa de estabelecer quais entre os vivos e os mortos são os santos: I Tess. 4:16-17.
As ovelhas e os bodes (cabras ou cabritos) já terão sido separados nos concílios divinos.
A Igreja terá sido julgada e reconhecida justa mediante a fé em Cristo.
Quando o Senhor terminar a 1ª fase do juízo, ficará determinado quem dentre os milhões de mortos, que dormem no pó, são dignos de ter a vida eterna e ser ressuscitados para a vida imortal, e quem dentre os milhares de vivos são dignos de ser transformados de mortais em imortais e levados para o Céu. Judas 14, 15.
João apresenta-nos um panorama do procedimento do juízo e de como se tomam as decisões: Apoc. 20:12-13.
Que classe de livros são estes onde estão registadas as acções dos seres humanos? Isto pode ser uma espécie de computador altamente sofisticado. Nós não compreendemos bem onde Deus tem armazenada a informação sobre a nossa vida. Mas a certeza de que Deus o faz, essa temos.
Caros amigos, todos seremos investigados. Quando passará diante de Deus o nosso caso? Como estaremos nós? Quando será a hora da sentença?
CONCLUSÃO
1. A necessidade do juízo universal. Os homens terão chegado ao limite da paciência de Deus.
2. A Bíblia durante séculos vem anunciando um juízo universal.
3. Todos vamos ser alvo desse juízo, não podemos iludir-nos.
4. A Bíblia indica-nos que o juízo terá lugar antes da vinda de Cristo.
APELO
Felizmente que o tribunal celestial está em acção. Ainda podemos ser representados ali pelo nosso Redentor e Advogado.
Que tempo solene é este em que vivemos!
O que devemos fazer sem demora é entregarmo-nos a Deus e aceitar as provisões que Ele fez para a nossa salvação. I João 4:16-17.
Adoremos o Criador e entreguemo-Lhe a nossa vida para que possamos estar seguros nas Suas mãos.
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11ª Conferência
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CREIO NA SANTA IGREJA CATÓLICA
Introdução
A confissão da fé apostólica na santa Igreja de Deus reconhecia inequivocamente o lugar central da Igreja, a mensagem e missão de Jesus.
O Mestre formou ao Seu redor uma comunidade que constituía o núcleo da Igreja.
Os acontecimentos registados no livro de Actos seriam incompreensíveis se nos separassem da intenção de Jesus em constituir uma comunidade.
Nos ensinos do Velho Testamento o Filho de Deus não está separado da Sua relação com a Igreja.
A conclusão apostólica era que não podia haver um cristão separado da Igreja.
Cada palavra do Credo dos Apóstolos é importante. Para iniciar o nosso estudo consideremos as seguintes questões:
1. Que significa a palavra Igreja?
2. Que significa Igreja Católica?
3. Como se reconhece a verdadeira Igreja Católica?
Exposição
Nos manuscritos originais o grupo cristão estava representado pela palavra de origem grega “EKLESIA”. Esta palavra traduzida literalmente significa: “Uma Associação ou Congregação de gente chamada por Deus”.
O termo aplicava-se:
1. A uma reunião da Igreja.
2. A uma totalidade de cristãos que viviam num determinado lugar.
3. À Igreja universal.
Nesta forma a Igreja era especialmente um povo, uma sociedade religiosa.
Não existe nenhuma dúvida de que toda a Bíblia se refere a uma sociedade característica: “O povo de Deus”. Êxodo 6:7. A Igreja do Novo Testamento é a continuação da congregação do Velho Testamento e incluía a formação do novo Israel de Deus. Actos 2:41.
A palavra EKLESIA reforça esta ideia e forma um ponto inegável entre a Igreja do Novo Testamento e a Igreja do Velho Testamento.
No século III antes de Cristo, quando o idioma grego chegou a dominar o mundo mediterrânico, a Bíblia hebraica foi traduzida para o grego, denominada a Septuaginta ou LXX, porque o hebraico se tinha tornado quase desconhecido dos judeus dispersos.
Quando e os primeiros missionários começaram as suas viagens para anunciar as novas de que Jesus de Nazaré era o Messias dirigiram-se às sinagogas judaicas onde se usava a Septuaginta ou Velho Testamento em grego. Nesses textos do Velho Testamento aparece o termo EKLESIA com o sentido de conjunto de fiéis ou povo de Deus. Êxodo 19:6.
Os escritos do Novo Testamento também utilizam o mesmo termo.
O apóstolo Paulo descreveu o povo de Deus como o corpo de Cristo: I Cor. 12:12, 27.
Isto significa que a presença de Cristo na Igreja de Deus no mundo, mediante o Espírito, mora no interior dos membros.
A EKLESIA do Velho Testamento era um lugar onde Deus morava entre os homens: Êxodo 25:8 «E me fareis um santuário e habitarei no meio de vós».
Eis o pedido que fez Deus.
É conforme à promessa, Deus Se fez carne e habitou no meio dos homens. E os homens conheceram a vontade de Deus mediante as palavras que Jesus falou, as obras que realizou e a vida que viveu enquanto esteve entre eles. João 1:14.
Quando se aproximou o final do Seu ministério terrestre, reuniu junto de si um grupo de discípulos. Estes chagaram a conhecer-se com o nome de EKLESIA ou CONGREGAÇÃO DE JESUS.
Este grupo depois da crucifixão, ressurreição e ascensão recebeu o Espírito Santo para levar a cabo o ministério de Jesus.
Quando a Igreja aumentou em número foi necessário sistematizar a vida da comunidade.
Ao longo dos séculos a ordem de serviço tem sido marchar. Muitas vezes com impurezas, contudo a Igreja do Novo Testamento tem continuado a avançar.
Movidos pelo Espírito Santo os elementos desse grupo levaram a efeito muitas funções no cumprimento do propósito de Deus.
Os escolhidos da Igreja cristã não foram separados da sua raça, da sua nação, nem das suas ocupações. Limitavam-se a testemunhar onde quer que pudessem fazê-lo durante as suas actividades diárias.
As necessidades fizeram com que alguns homens fossem apartados para o ministério da pregação de acordo com os seus dons pessoais.
Desde sempre jovens e anciãos têm-se empenhado em levar a todo o mundo a Santa Palavra, como havia ordenado o seu Mestre.
Cada alma que Cristo resgatou é chamada a trabalhar, em Seu nome, para a salvação dos perdidos.
Este método nunca mudou, continua a ser o mesmo.
Um cardeal famoso disse o seguinte: «Deus encomendou-me uma obra mui grande. Tenho a minha missão. Tenho parte numa grande obra. Sou um escravo numa cadeia, um vínculo entre pessoas. Levarei a cabo a Sua obra.»
Cada membro que faz parte da EKLESIA deve levar inflamada a tocha do evangelho, começando com os seus vizinhos, até alcançar todo o mundo com as boas novas de Deus.
Assim é como a Igreja serve como corpo de Cristo num ministério mundial.
Este corpo não só se terá de sustentar a si mesmo, como deve servir a todos os homens como o próprio corpo de Cristo quando andou entre os homens.
Cristo disse aos Seus seguidores: «Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda a criatura» (Marcos 16:15).
A Igreja não existe para si mesma, mas para os que estão fora dela.
A confissão apostólica distingue a Igreja cristã com duas características abarcantes:
“SANTIDADE” e “CATOLICIDADE”
A Igreja é a congregação dos santos. O povo de Deus constitui a santa Igreja Católica.
Este termo em grego KATHOLIKÓS, significa todo o mundo.
Inácio, que viveu entre 35 e 107 A. D., escreveu: «Onde quer que esteja Jesus Cristo está a Igreja Católica».
Assim o Credo dos Apóstolos retém o sentido da universalidade e desta forma acentua a unidade da Igreja, apesar da sua ampla difusão.
As epístolas católicas receberam esse nome de Orígenes e Eusébio, entre outras, para indicar que estavam a ser dirigidas a toda a Igreja e não a uma congregação local.
Os requisitos essenciais para entrar na «santa Igreja católica» era a aceitação de Jesus Cristo como o Messias, Redentor e Senhor, juntamente com os ensinos do Mestre, dos apóstolos e do Velho Testamento.
Mat. 4:17 apoiou os ensinos de João Baptista: Mat. 3:2, 8; Lucas 13:5.
Este arrependimento significa uma genuína aflição e tristeza pelo pecado e inclui separarmo-nos do mesmo: Ezeq. 18:30.
Depois da Sua ressurreição nosso Senhor ordenou aos Seus discípulos:
1. Fazer discípulos e baptizar.
2. Explicar o significado da palavra baptizar.
3. O caso do Eunuco: Actos 8:38-39.
4. Novo nascimento: Rom. 6:1-6.
A Igreja de Cristo exalta os Dez Mandamentos, tal como fez Jesus Cristo. A Igreja preocupa-se em engrandecer a Santa Lei de Deus. João 14:15, 21.
E procura levar os seres humanos a prestar uma obediência genuína a essa Santa Lei.
Esta Igreja jamais sacrificará a sua pureza e a sua herança espiritual de santidade. I Pedro 2:9.
Esta Igreja desde o princípio praticou só dois Sacramentos, cuja continuação Jesus ordenou.
1. O baptismo de adultos por imersão.
2. A Santa Ceia: a Comunhão e o rito da humildade ou Lava-pés.
A Igreja católica é uma Igreja positiva e militante; os seus fiéis devem ser o sal da Terra.
O ministério da Igreja nunca será eficaz se os seus membros forem inactivos, apagados e indiferentes. Por exemplo, um relógio para nada serve se não funcionar.
A Igreja tem que ser uma comunidade onde homens e mulheres trabalhem juntos, ombro a ombro, com valor, determinação e fervor na causa justa do Céu: Apoc. 14:6.
Arnold Toynbee fala, na sua obra monumental e filosófica da História, acerca das 14 civilizações a que a Igreja tem sobrevivido. Diz: «Alguns têm pensado destruir a Igreja; os cínicos têm procurado desfigurá-la; os demagogos a têm rebaixado; mas sem dúvida a Igreja de Cristo segue em frente bem erguida.»
Diz-se que Teodoro de Beza disse a Henrique de Navarra:
«Senhor, na verdade, a Igreja de Deus em cujo nome falo, recebeu golpes sem jamais os ter contestado, porém tenha Sua Majestade a bondade de recordar que a Igreja é uma bigorna que tem desgastado muitos martelos.»
Os que centram a sua vida em Deus têm que Ter uma elevada consideração pela Igreja.
CONCLUSÃO
Resumo
1. A Igreja é o conjunto de crentes.
2. Sim, a Igreja é católica.
a) Na sua pregação universal.
b) No seu fundamento doutrinário.
3. A verdadeira Igreja católica reconhecemo-la na Igreja primitiva e na Igreja actual que viva os princípios puros e sem mancha do Cristianismo.
Devemos pertencer à Igreja de Cristo que é santa e católica.
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12ª Conferência
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A COMUNHÃO DOS SANTOS
Introdução
Queridos amigos, uma atitude intelectual muito em voga na actualidade aceita o Cristianismo como uma explicação da vida, e ao mesmo tempo recusa praticá-lo como uma forma de vida.
As pessoas reconhecem e estão de acordo que o Cristianismo é uma forma ideal e única de viver, porém existe uma grande distância entre a teoria e a prática.
Na nossa época materialista as pessoas buscam explicações para tudo. Felizmente não é difícil descobrir que as explicações dadas pelo Cristianismo são as mais satisfatórias à forma de viver feliz.
Todas as explicações teóricas acerca da formidável vida cristã perdem o sentido, quando se separam da forma cristã de viver.
É claro que é muito mais difícil praticar a forma do que aceitar a explicação.
O Credo dos Apóstolos caracteriza a forma de vida cristã como a comunhão dos santos. Esta comunhão dos santos é explicado pelo médico Lucas, evangelista, Actos 2:42-47.
Exposição:
Um historiador apostólico ao resumir a vida da comunidade cristã primitiva põe em evidência os traços característicos da Igreja nessa época:
A comunhão dos santos significa viver em estreita associação uns com os outros.
Todos os que criam estavam juntos.
Não havia superioridade social, não havia intolerância racial, nem privilégios de classes.
Os santos. O que é ser santo. EXPLICAR.
Estavam juntos, unidos em comunhão de ideais (ensinos dos apóstolos), unidos nos direitos económicos e responsabilidades que favoreciam os necessitados. Lemos que vendiam os bens e os repartiam por todos segundo a necessidade de cada um.
A vida em comunhão não tinha nada de monótono nem desagradável. Tudo se fazia com gozo e boa vontade. Actos 2:46.
Não devemos ficar espantados com isto, porque não há nada que proporcione maior gozo do que a sensação de pertencer à comunidade que está centrada no Senhor Jesus Cristo.
Esta sensação de pertencer ao grupo é fundamental para a conduta humana; é muito importante pertencer a uma comunidade onde Jesus dirige todas as actividades.
É coisa sabida que a comunidade apostólica, pouco a pouco, perdeu a sua identidade, e se misturou com outras civilizações.
Com frequência no decurso dos séculos, e como resultado de movimentos de reforma e reavivamento espirituais, a comunidade cristã tem-se renovado e fortalecido. É inútil afirmar que tal renovação é uma necessidade imperiosa nos nossos dias.
A comunhão dos santos deve fortalecer-se e intensificar-se para satisfazer as necessidades da humanidade.
Como podemos obter isto?
1. Manifestar uma preocupação genuína pelos ensinos dos apóstolos: Efés. 4:1-5.
a) Uma renovação de amor pelos ensinos apostólicos levaria as pessoas a
acercarem-se entre si. «Há uma tremenda confusão de doutrinas
actualmente».
b) Não há nada que possa pretender substituir o sólido ensino das Sagradas
Escrituras incluindo o Velho Testamento.
2. A comunhão dos santos supõe um profundo carinho entre os crentes, apoio
mútuo, compreensão, tolerância, perdão e um desejo sincero de se apoiarem e amarem.
3. A função da Igreja pode tornar-se mais eficaz mediante a comunhão dos santos no culto de adoração.
a) Nos países cristãos actualmente existe a tendência de promover uma classe de religião em que cada um vai sozinho orar diante de um santo, uma imagem, um altar.
a) De maneira nenhuma pretendo pôr em causa a beleza da adoração solitária.
«Há que distinguir a diferença».
b) A comunhão no seu sentido mais pleno significa uma reunião de santos.
d) Comunhão significa firme devoção ao que é bom e nobre.
e) O culto cristão desde o seu começo tem sido de natureza social. O
adorador vai à presença de Deus como membro de uma grande família.
f) Durante milhares de anos a Igreja de Deus tem-se reunido para levar a
cabo uma comunhão regular. Através de guerras, pragas, perseguições e
crises individuais, a Igreja tem-se mantido como o centro de adoração para os que hão preferido a salvação.
g) “Conclusão”. A comunhão dos santos é a reunião de adoradores que
servem a Deus.
4. O fortalecimento da comunhão dos santos para que a Igreja cumpra a sua missão na Terra, consegue-se mediante a intensificação de uma vida de oração: Actos 2:42.
a) O culto de adoração realizado na Igreja tem o propósito de levar os crentes a ter uma profunda vida de oração: Actos 1:24; 4:23-30.
b) A recuperação da comunhão dos santos deve realizar-se seguindo o modelo dado pelos apóstolos.
c) As pessoas que oram juntas, permanecem juntas na família e no trabalho: Marcos 16:15-16.
d) A comunhão dos santos manifesta-se por meio de uma vida devocional em comum e por uma missão específica: a pregação do evangelho de Cristo a todo o mundo.
5. Finalmente a comunhão dos santos fortalece-se mediante vínculos comuns de responsabilidades económicas: Actos 2:45.
a) O verbo vendiam mostra-nos que costumavam vender segundo as necessidades.
b) Actualmente a comunidade cristã tem uma grande responsabilidade pelos irmãos necessitados. Há sempre irmãos mais necessitados do que outros, que muitas vezes vivem desanimados perante o desastre ecnómico. Roupas e alimentos devem distribuir-se quando há necessidades.
c) A comunhão dos santos supõe o apoio material que os crentes necessitam seja de que tipo for.
CONCLUSÃO
O espírito do famoso pregador e escritor Kaj Munk ilustra a realidade da comunhão cristã, durante a Segunda Guerra Mundial, quando a Alemanha invadiu a Dinamarca. Este grande escritor recebeu ordem do governo alemão para não orarem em favor dos cristãos peregrinos na Noruega. Recusou cumpri-la e como resultado foi executado pelos Nazis. Porque não obedeceu ele às ordens dos Nazis?
Aqui está a resposta:
Sinto-me unidos aos meus irmãos noruegueses porque somos irmãos na mesma fé. Eles lutam por ideais que eu também jurei defender. Se por temor dos homens me sentasse como espectador passivo, seria um traidor da fé cristã e do meu juramento como ministro de Deus.
Este foi o espírito que inspirou o companheirismo cristão, a comunhão dos santos quando a Igreja era jovem. Tal espírito tem caracterizado a Igreja verdadeira em todos os tempos.
E esse mesmo espírito animará a verdadeira Igreja em todas as épocas quando homens e mulheres abrirem os seus corações e entendimentos aos ensinos das Sagradas Escrituras. João 17:17.
A comunhão dos santos é possível graças a Jesus: João 15:1-5.
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13ª Conferência
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O PERDÃO DOS PECADOS
Introdução
Queridos amigos, chegamos hoje a um ponto transcendente do Credo dos Apóstolos: «CREIO NO PERDÃO DOS PECADOS”.
Esta declaração sincera fala-nos da situação humana: A tremenda separação entre o que devíamos ser e o que realmente somos.
Quem de nós não chegou já ao final de uma jornada com a desagradável sensação de não haver estado à altura das normas pessoais?
Repetidas vezes vimo-nos forçados a reconhecer: Poderia Ter feito melhor e poderia tê-lo feito mas não fiz.
Se alguém perguntasse: Que classe de pessoas devíamos ser, creio que a maior parte de nós poderia dar uma resposta concreta: Rom. 7:18.
Esta tremenda diferença entre o que sabemos que devíamos fazer, e o que na realidade somos, faz-nos sentir um temendo sentido de derrota moral. E nalgumas pessoas converte-se numa sensação de fracasso e de culpa torturante.
Quando nos sobrevem uma crise, esforçamo-nos por manter o equilíbrio; porém quando algum problema acarreta aflição e desespero, os sentimentos de culpa explocem como uma bomba.
Então mais do que qualquer outra coisa, segurança material, saúde física ou prosperidade intelectual, necessitamos de saber que tudo o que estava mal foi esquecido e que as nossas faltas foram perdoadas. Sem isto estamos condenados a desprezarmo-nos e odiarmo-nos a nós mesmos: Sal. 32.
Exposição:
Estas palavras que acabámos de ler descrevem a história de um homem que havia pecado, que por algum tempo recusou confessar o seu mal, suportou a tortura da culpa e finalmente reconheceu o seu pecado e o confessou e alcançou perdão.
As palavras escritas por David aplicam-se a todos nós e a todos os tempos. Mas mostram quando o homem mergulha nas trevas da culpa.
Os primeiros versículos introduzem as quatro horríveis fraquezas da culpa: TRANSGRESSÃO, PECADO, INIQUIDADE e ENGANO.
TRANSGRESSÃO significa rebelião. Significa pôr a vontade própria, pessoal, contra a vontade de Deus.
Esta causa motivadora de culpa começou muito cedo na história da humanidade. No Éden. Comentar.
Onde quer que encontremos homens e mulheres, encontramos alguém que se opõe deliberadamente às instruções Divinas, que se comportam como meninos imprudentes, que se sentem capazes de mudar até o curso dos astros.
Nos dias de Noé os homens rebelaram-se contra a lei de Deus. Comprazendo-se com os seus apetites concupiscentes e apegando-se às normas corrompidas. Gén. 6:11-13.
A rebelião colocou este mundo numa posição tão precária que Deus teve que destruí-lo.
Pouco depois do dilúvio o assassinato, o derramamento de sangue e a corrupção generalizada uma vez mais se converteram em símbolos de poder e êxito.
Até o povo de Deus preferiu este caminho, desviando-se do caminho de Deus. O ódio tomou o lugar do amor, o amor degenerou em concupiscência.
A pureza converteu-se em promiscuidade.
A confiança foi afastada pela suspeita.
A plenitude foi ultrapassada pela vaidade.
Em resumo, o ser humano recusou deliberadamente a natureza de Deus, tal como está revelada nos Seus DEZ MANDAMENTOS. Êxodo 31:19.
Não devemos pensar que nós hoje praticamos actos melhores do que os nossos antepassados. A nossa rebelião é tão evidente como a deles.
Queridos amigos, quão difícil é desprendermo-nos das nossas ideias, das nossas teorias favoritas e da nossa forma de trabalhar enganosa. Também nós nos temos apartado de Deus.
O segundo termo, PECADO, significa originalmente no hebraico ERRAR O ALVO. Como um frecheiro que dispara para o ar e cai no chão não atingindo o alvo. Significa que damos muito pouco do que oferecemos. Que apontamos demasiado alto ou demasiado baixo; que viramos muito à direita ou demasiado à esquerda. Qualquer que seja o caso erramos o alvo de DEUS.
A razão por que se produz o fenómeno de errar o alvo é porque temos uma visão defeituosa. O desviarmos a visão faz-nos errar o alvo.
Muita gente pensa que uma direcção errada se deve à falta de informação. Afirmam, por exemplo, que se ensinarmos os nossos filhos a fazer o bem, o farão de uma forma correcta. Mas isto nem sempre é assim pela simples razão de que as instruções podem estar erradas, deformadas, e podem ser dadas desde um ponto de vista equivocado pelas pessoas que se preocupam em fazer a vontade de Deus.
As pessoas hoje têm muito conhecimento. Os filhos têm sido ensinados e educados por pais conscienciosos e bons mestres. Têm ao seu alcance uma fonte de informação ilimitada; porém não atingem o alvo.
Se formos honestos teremos de admitir que em muitas ocasiões todos nós nos temos desviado do alvo.
O terceiro termo, INIQUIDADE, significa desvio moral, ilegalidade. Isto produz culpa e angústia.
Paulo disse: «Miserável homem que eu sou, quero fazer o bem e faço o mal». Rom. 7:24, 21.
Não nos acontece o mesmo a nós?
Porque somos tão maus e vis, quando devíamos ser honrados e dignos.
Há algo que está equivocado no centro dos nossos desejos.
A nossa razão está mal dirigida, a nossa mente está deteriorada e o nosso ser está enfermo de morte. Necessitamos de um grande Médico, Jesus Cristo.
O quarto termo, ENGANO, significa fraude, impostor. Nenhuma falsidade é tão destruidora como mentir-se a si mesmo.
Os que permitem que se desenvolva neles esta falta de honradez, actuam como néscios.
Aquele que se tem seduzido a si mesmo até ao ponto em que não é capaz de distinguir o que é moral do que não é moral, encontra-se em terreno movediço. A sua mente leva-o a supor que tudo o que faz está bem. Nada é ofensivo.
Conhece-te a ti mesmo, diz o velho provérbio. Enganares-te a ti mesmo é um grande desatino. É isto o que se passa com muitos professos cristãos. Apoc. 3:17-18.
Acabámos de descobrir 4 aspectos do pecado, todos eles nos são familiares. Agora perguntamo-nos, como poderemos vencer essa culpa de 4 dimensões? A urgência deste assunto tem tomado proporções gigantescas nos nossos dias.
Amigos, a atitude mais catastrófica que podemos tomar é negar a nossa culpa. Mas isto é exactamente o que nos sentimos inclinados a fazer. História de David e do profeta Natã. II Sam. 12.
Finalmente David exclamou na sua agonia espiritual: Sal. 6:2-3.
Enquanto faltou coragem ao rei David para fazer frente à sua condição, ele foi um homem miserável: Sal. 32:3-4.
Por último David encontrou um único modo de restaurar a unidade no seu espírito desfeito: Sal. 32:5.
A única maneira de podermos ser curados é mediante o arrependimento, a confissão e o perdão. Isa. 1:5, 6, 18.
Crer no perdão dos pecados é o que expressa o Credo dos Apóstolos.
E isto é admirável! Deus pode perdoar toda a classe de pecados que afectem a nossa vida. Pode limpar a vida do sentimento de culpa.
A grande tragédia é que alguns cristãos parecem estar mais preocupados em obter o perdão do que deixar de praticar os pecados que reconhecem em si mesmos ou outros lhos reconhecem.
O rei David alcançou o perdão e o seu insuportável sentimento de culpa desvaneceu-se a partir do momento em que passou a odiar o pecado. Prov. 28:13; Mat. 5:22-24.
CONCLUSÃO
Resumo: 1. O arrependimento. Isa. 43:25.
2. Deus quer fazer contas connosco. Isa. 1:18.
3. Devemos depositar n’ele toda a confiança. I João 1:9.
4. Devemos volver-nos para Deus. Isa. 55:7.
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14ª Conferência
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CREIO NA RESSURREIÇÃO DA CARNE / CORPO
Introdução
Queridos amigos, a restauração da vida, juntamente com a plenitude do ser e a personalidade depois da morte serão os efeitos finais da salvação do pecado. Isto é o que indica claramente o Credo Apostólico: “CREIO NA RESSURREIÇÃO DA CARNE / DO CORPO”.
Uma vez que sobreveio a morte, deve seguir-se uma ressurreição a fim de que aquele que encontrou a libertação do pecado mediante Jesus Cristo tenha entrada na Vida Eterna. Gén. 2:16-17; 3:4.
Devido à natureza do homem, unicamente a ressurreição dos mortos pode possibilitar isto.
O homem não é só um espírito como crêem alguns. É segundo a Bíblia um ser em 3 dimensões: Espírito, Corpo e Alma. ESTA FRASE NÃO ESTÁ CORRECTA!
No princípio da criação Deus soprou o fôlego da vida no corpo do homem e este foi feito uma alma vivente: Gén. 2:7.
Chegará o tempo em que os que tombaram no sono da morte despertarão para a vida eterna.
Queridos amigos, esse será um dia de gloriosa satisfação. Sal. 17:15.
O apóstolo Paulo referindo-se aos crentes cristãos que tinham morrido disse: I Tess. 4:13-14.
Os cristãos podem estar afligidos, mas com esperança. Têm a esperança de que aqueles que dormem despertarão. O tempo não transcorre para os que dormem e a actividade mental consciente fica suspendida para eles.
O mesmo acontece para os que dormem o sono da morte em Cristo; fecham os olhos neste mundo e só os abrem na manhã gloriosa da vinda do Senhor, na manhã da ressurreição.
A ressurreição do corpo, afirmada pelo Credo dos Apóstolos, é a porta que leva a uma vida sem fim.
As Sagradas Escrituras falam claramente da condição daqueles que dormem o sono da morte: Ecl. 9:5; Sal. 146:4.
Nem sequer os santos homens da antiguidade ascenderam ao Céu depois da morte. Todavia esperam o dia da ressurreição: Actos 2:29, 34; Job 14:4; I Cor. 15:53-54.
A vitória, tal como Paulo a expressou, depende da ressurreição dos mortos. Mas quando ocorrerá essa ressurreição? I Tess. 4:16 (ressurreição dos justos).
Por ocasião da Segunda vinda de Jesus todos os mortos justos ressuscitarão glorificados. Paulo escreveu e falou constantemente dessa experiência gloriosa dos santos de Deus que agora dormem no pó. Ele escreveu um grande tratado no Novo Testamento sobre a ressurreição I Coríntios 15. Neste capítulo ele fala sobre esta certeza, bem como do tempo e que forma ela ocorrerá. E que a nossa fé seria vã se não houvesse ressurreição. I Cor. 15:13-14.
Assim como todos morreram em Adão todos ressuscitarão em Cristo: I Cor. 15:21-22. Paulo afirma que o corpo que se levantará na ressurreição será diferente deste que temos presentemente. Será um “corpo glorioso”.
Afirma também que ocorrerá uma mudança na condição mortal: I Cor. 15:51, 54.
É bem certo que os apóstolos basearam os seus ensinos nos de Jesus: Lucas 20:37-38. Jesus respondeu aqui aos saduceus.
Cristo ensinou que todos, tanto bons como maus, voltarão a viver no momento devido: João 5:28-29. Aqui o Mestre menciona especificamente 2 ressurreições:
Uma para receber a Vida Eterna e outra para receber a condenação. A esta ressurreição da vida a Bíblia chama a ressurreição dos justos.
Paulo disse: «Porque assim como em Adão todos morreram, também em Cristo todos serão vivificados. Porém cada um na sua devida ordem: Cristo as primícias, depois os que são de Cristo, na Sua vinda» (I Cor. 15:23.
Quando Cristo vier terá lugar uma ressurreição e depois terá lugar uma outra: Apoc. 20:5.
Cristo mesmo revelou que todos voltarão a viver.
Que mudança, queridos amigos, introduziu o Senhor na atitude do homem perante a morte. Para todos os que crêem n’Ele a morte foi mudada para sempre.
Para muitos pensadores do tempo de Jesus, a morte era o fim de tudo. O mesmo acontece hoje. A tumba era e é para muitos um lugar de onde não se regressa. Numa tumba desse tempo lê-se: «Deitaram terra em cima de nós e isso será o fim para sempre».
O mesmo ocorre para muitos homens de hoje.
Mas Jesus, nosso Salvador, mudou tudo isto. Mediante os Seus ensinos e o Seu exemplo mostrou claramente que é um sono do qual se desperta.
Portanto, a morte é um repouso, um momento de silêncio e obscuridade, que se apresenta no nosso caminho antes da Vida Eterna: Col. 3:3-4.
Nosso Senhor Jesus Cristo reclamou para Si a autoridade de ressuscitar os mortos: João 5:21. Recordar a experiência de Lázaro: João 11:1-45.
Um homem viajava com a sua família por uma região do país onde se tinham feito trabalhos de reparação no caminho principal. Fazia muito calor, havia muito pó no caminho por onde iam e o condutor alarmou-se quando deu conta que se tinha enganado. Depois de muitos quilómetros andados à toa, perguntou como podia regressar ao caminho principal. Foi-lhe dito: Vá até ao final deste ramal e volte à esquerda e chegará ao cemitério, que fica junto à estrada. Quando passar o campo santo, volte à direita e ao fim de um curto trajecto chegará a um pavimento muito macio e muito suave. Ali terão terminado as suas dificuldades.
Esta é uma descrição acertada do destino dos santos de Deus que dormem no pó. Muitos problemas os afligiram durante a vida. Tiveram que caminhar (ou viajar) por caminhos perigosos. O caminho da aflição humana passa pelo cemitério. Porém, com esperança em Jesus os santos voltam à direita e as suas dificuldades terminam. Depois irão ver o rosto d’Aquele que amam.
Quando nós passamos a nossa vida em harmonia com Jesus, Ele proporciona-nos esperança e responde à nossa pergunta que foi a de Job 14:14.
Cristo responde: João 11:25.
CONCLUSÃO
Cristo obteve a vitória para todos nós na sua ressurreição: João 11:23-27.
Se nós aceitarmos Cristo como nosso Salvador pessoal, teremos a Vida Eterna: João 1:4, 5.
Não está aqui, ressuscitou: Mat. 28:5-6.
Não ficou retido nas paredes frias
Na obscura tumba milenária e triste:
Tornou a viver nosso, e existe
Para nossa vida encher de alegrias.
Já está a tumba de Jesus vazia,
Já está vencido o anjo da morte:
Glória ao Senhor poderoso e forte
Que ganhou a tua salvação e também a minha.
Bralio Perez Marcio
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15ª Conferência
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CREIO NA VIDA ETERNA
Introdução
Queridos amigos, podemos dizer que a maior parte das aflições que há no mundo se deve a uma falta de perspectiva no tempo. Muitas doenças, especialmente as neuroses e até os suicídios, são o resultado natural de passar por alto o propósito central da vida: que estamos aqui para nos prepararmos para viver na ETERNIDADE.
Se realmente crêssemos nisto então todas as pequenas indiferenças que se produzem nas pessoas, a dor física e tudo o que nos desanima desapareceriam perante este acto admirável: O conhecimento de que a vida verdadeira pode começar aqui e estender-se na sua plenitude por toda a Eternidade.
A menos que creiamos nesta vida futura e maravilhosa, o presente na realidade perderá todo o significado.
Milhões de pessoas, à medida que passa o tempo, estão-se desinteressando, cada vez mais, da própria vida. Estas pessoas, que são muitas, são levadas de um lado para o outro à medida que passam os anos, como barcos que perderam o rumo. Para estas pessoas a ideia de alcançar alguma vez a vida eterna chegou a ser uma fantasia incompatível com a lógica do pensamento humano. Ficaram agarrados ao campo gravitacional da terra não só fisicamente mas também no sentido espiritual.
O verdadeiro culpado desta situação é o pecado.
O reino universal do pecado condenará os homens à morte a não ser que aceitem o evangelho da salvação e Jesus Cristo: Rom. 6:23.
A raiz de todo o pecado está na incredulidade, na negação da origem do próprio homem e de não reconhecer a DEUS, nem confiar n’Ele como PAI, CRIADOR e SENHOR.
É assim que o pecado destrói a relação que o homem deveria Ter com Deus. O homem devido ao seu estado de pecado separa-se a si mesmo da fonte da vida e condena-se a perecer.
Porém, Deus é um Deus que vive. Ele fez tudo para que o homem possa voltar para Ele e encontrar assim o centro da vida eterna. Isto pode conseguir-se mediante JESUS CRISTO. Portanto o futuro do homem está assegurado.
O Credo dos Apóstolos reconhece e proclama tal coisa: “CREIO NA VIDA ETERNA”.
Exposição:
P Credo dos Apóstolos na sua última declaração quer realizar duas propostas: primeiro, identificar o propósito da nossa vida com o propósito de Deus nesta Terra, e neste momento podermos viver as etapas da vida eterna; segundo, que possamos viver eternamente no templo de Deus.
Quando Cristo viveu neste mundo ofereceu vida eterna aos homens em numerosas ocasiões. Leiamos uma declaração memorável: João 17:3.
Esta vida eterna não se limita a um paraíso situado no futuro. Pode começar já agora. A nossa vida aqui pode ser o princípio da vida futura. Esta ideia podemos compreendê-la melhor quando examinamos pormenorizadamente o que a Bíblia chama de Vida Eterna (celestial).
Que pensamentos chegam à nossa imaginação quando pensamos nessa classe de vida?
Segundo as Sagradas Escrituras essa classe de vida oferece-nos felicidade perfeita, relações pessoais perfeitas, bem-estar perfeito e liberdade de toda a dor e sofrimento. E tudo isto num mundo perfeito e renovado.
A maior parte dos homens estão de acordo que não pode haver nada melhor. Uma vida como esta é algo de maravilhoso.
Porém, compreendemos perfeitamente que uma vida tal é impossível de ser vivida aqui devido ao pecado, ao mal, è dor e ao sofrimento.
Apesar de tudo, em harmonia com o Credo dos Apóstolos, cremos que a vida eterna devia começar aqui no nosso mundo, fazendo de Deus o centro das nossas vidas.
Podemos começar este processo tratando de todo o coração e com toda a nossa força de converter este planeta deformado, confuso e corrompido, no começo do Céu aqui na Terra.
Não duvido que era esta a vida que o jovem rico buscava quando perguntou a Cristo como podia tê-la e herdá-la: Lucas 18:18-30. Este jovem não só buscava que se prolongassem os seus dias, como também uma profundidade de vida. Havia provado a obediência aos estatutos que Israel recebera de Moisés e seguira todas as regras, porém nada disso lhe deu a sensação de viver plenamente.
Cristo dispôs-se a mostrar-lhe como podia obter essa nova experiência. Mas as condições não lhe pareceram muito atractivas. Queria essa plenitude de vida, buscava-a, mas quando esteve próximo de consegui-la permitiu que a sua visão se entenebrecesse.
Queridos amigos, a fim de alcançar a vida eterna agora, necessitamos de reflectir, na existência presente, nas atitudes e nas virtudes que identificam essa vida.
A fim de alcançar a vida plena deve haver uma perfeita relação entre 3 palavras-chave e fundamentais: DEUS, TU e EU. Estas 3 palavras devem estar unidas e inter-relacionadas por uma Quarta, AMOR.
Outra sugestão que podemos fazer é a necessidade de viver hoje e terminar amanhã de manhã. E esta forma de vida futura constrói-se sobre o modelo da vida presente.
Se formos bons alunos hoje, alcançaremos abundantes recompensas no dia de amanhã. Se formos bons pais hoje, é provável que amanhã tenhamos bons filhos e filhas. Se formos bons filhos hoje, amanhã seremos bons homens e mulheres.
O que trata bondosamente aos seus amigos no presente, não necessita de temer um futuro sem amigos; porém ninguém pode defraudar os seus amigos hoje e esperar ser amado no futuro. Gál. 6:7-8.
Amigos, a vida eterna é um ideal. Se o perdermos de vista, pode desaparecer para sempre, se é que o tenhamos compreendido na forma devida. O professor William E. Hocking, da Universidade de Harvard, disse: «A natureza humana está firmemente arraigada na tendência de chegar a ser como imaginamos que somos».
Se isto é assim amigos, mantenhamos sempre em nós a visão superior. As pessoas sem ideais são semelhantes a pobres corpos sem vida. II Cor. 1:12.
Estamos convencidos de que a vida eterna começa unicamente quando tivermos um bom relacionamento com Deus e a nossa vida começar a reflectir o amor que temos a Deus e aos nossos semelhantes. Mat. 22:37-39.
Quando este duplo dever tiver entrado em acção, resultados não se farão esperar e serão agradáveis e satisfatórios. A vida eterna terá começado aqui em baixo.
Vamos considerar o segundo aspecto da vida eterna, que terá lugar depois da Segunda vinda de Cristo ao mundo. Há ideias muito erradas e insatisfatórias acerca desta vida.
Na realidade a ideia de um paraíso foi-nos sempre ensinado como algo místico.
A Idade Média com toda a sua onda de fanatismo absurdo mudou a teologia tradicional que nos fala do Céu.
A Bíblia apresenta-nos uma maneira mais real, mais compreensiva, mais humana. Diz-nos o que será a vida eterna e o lugar onde morarão os remidos.
1. E os justos herdarão a Terra. Sal. 37:11; Mat. 5:5.
2. Uma Terra renovada. Apoc. 21:1; II Pedro 3:13.
3. a capital de um Reino. Apoc. 21:2-3.
4. Uma natureza perfeita. Isa. 35:4-10.
5. Uma natureza humana perfeita. Fil. 3:21.
6. Actividade e desenvolvimento da inteligência. Isa. 65:21-22; Jer. 31:34.
7. Uma vida eterna feliz. Apoc. 21:4.
«Ali intelectos imortais contemplarão com eterno deleite as maravilhas do poder criador, os mistérios do amor redentor. Ali as faculdades serão desenvolvidas, todas as capacidades serão aumentadas. A aquisição do conhecimento não cansará a inteligência não esgotará as energias. Os maiores planos poderão ser levados a cabo ali, satisfaremos as aspirações mais sublimes, realizaremos ali as nossas ambições; novos objectivos que aquecem as faculdades do espírito e da alma e do corpo.» E. G. White, GC ?
Paulo dá-nos também uma declaração a esse respeito. I Cor. 2:9.
CONCLUSÃO
Resumo:
1. A vida eterna podemos experimentá-la aqui.
a) Amando a Deus e obedecendo-Lhe.
b) Amando e ajudando os nossos semelhantes.
2. O reino de Deus aguarda-nos: esta Terra renovada, uma vida eterna maravilhosa.
Como obter a vida eterna?
1º João 17:3. 2º João 3:16.
O que deve ocorrer na nossa vida para obter a vida eterna? I Pedro 1:23-25.
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16ª Conferência
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CREIO NO ESPÍRITO SANTO
Para muita gente hoje em dia o termo Espírito Santo significa algo mágico, algo oculto. De facto, poucos cristãos sabem o que representa o Espírito Santo. Na ideia de muitos é uma estranha mistura de pomba, ventos, vozes doces e línguas de fogo; ou simplesmente uma palavra misteriosa para designar algum atributo desconhecido de Deus.
Tudo o que a imaginação não pode atribuir a Deus é dado ao Espírito Santo, o que O torna assim uma espécie de génio na obra fecundante cuja influência é desejável.
Seja qual for o esforço que se faça para formular uma doutrina, de uma maneira precisa, não se pode compreender o Espírito Santo e a Sua obra a não ser pela experiência individual.
Isto não quer dizer que devamos resignar-nos em ignorar o assunto porque como disse o professor Stanley Romaine Hopper da Universidade de Drew: «A doutrina do Espírito Santo é a mais negligenciada, embora ela esteja no centro da fé cristã». Retirai do cristianismo o Espírito Santo, e que fica? Uma filosofia descorada, sem vida, tão frágil que se desfaz.
O Papel do Espírito Santo
As Sagradas Escrituras apresentam o Espírito Santo sob múltiplos aspectos. O Velho Testamento, por exemplo, fala do Espírito como sopro vivificante de Deus, como primeiro poder divino agindo em todas as coisas no momento da Criação, «e o Espírito de Deus movia-se sobre a face das águas» (Gén. 1:2) e fazia sair o mundo do caos e das trevas.
No Novo Testamento o ensino torna-se mais precioso. O Espírito Santo aparece pela primeira vez sob a forma de uma pomba descendo do Céu no momento em que João Baptista baptizava Jesus. Não podia haver símbolo mais apropriado para marcar a entrada de uma era nova não somente na vida de Cristo mas também na da humanidade.
Desde o momento em que Cristo recebeu o Espírito Santo, a Sua influência sobre cada cristão revestiu-se de uma suprema importância. Actos incríveis de heroísmo e de poder atribuem-se ao Espírito Santo. Os 4 evangelhos atribuem-Lhe a expulsão de demónios, curas e doenças incuráveis e até o perdão dos pecados. Numerosas promessas são feitas aos que seguem o exemplo de Cristo.
Nos escritos de S. Paulo o Espírito Santo desempenha um papel importante e ocupa um lugar de honra. O apóstolo acreditava num «espírito vivificante» fonte de vida eterna para os homens. O Espírito não é uma substância, mas uma pessoa. Um poder que se apodera do homem e o livra do pecado e da morte. Não somente isto, mas o Espírito abre o caminho para uma vida nova de liberdade e de alegria, pois com o perdão o Espírito traz frutos excelentes que dão graça à vida sobre a Terra, ou seja a fé, a paz, a paciência, a bondade, a mansidão, o domínio de si mesmo» (Gál. 5:22-23). Em todos os escritos paulinos o Espírito Santo é o veículo pelo qual Deus introduz na vida do cristão um princípio dinâmico. Ele é o poder divino que cada discípulo irradia à sua volta e que influencia outras vidas. «Mas todos nós, com cara descoberta, reflectindo, como um espelho, a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor» (II Cor. 3:18).
Por outro lado, S Paulo ensinou que o rito da iniciação à vida cristã, o baptismo, pelo qual morremos para ressuscitar em novidade de vida com Cristo, é «o baptismo do Espírito».
O apóstolo S. Paulo era possuído e dirigido pelo Espírito Santo. Ele não pretende negar o que possa haver de verdadeiro nas visões de glória e nas declarações inspiradas atribuídas ao Espírito Santo. Era necessário, porém, sublinhar que estas manifestações eram de valor variável.
S. Paulo nunca tentou dar uma definição filosófica do Espírito. Ele contentava-se em descrever as Suas operações. Isto porque, com efeito, existe um perigo: cada vez que nos entregamos a especulações concernentes ao Espírito, obtemos uma imagem confusa e deformada.
O apóstolo João identifica o Espírito com a verdade. Ele exorta os seus leitores a não crer em qualquer espírito, visto haver espíritos diabólicos. Para S. João Espírito e verdade são um só. No centro da sua mensagem há isto: «e o Espírito é o que testifica, porque o Espírito é a verdade» (I João 5:6).
Uma vez que o Espírito é a verdade, é necessário guardar-se com cuidado de interpretar a verdade de outra maneira a não ser pela verdade. Caso contrário corremos o risco de renegar o Espírito Santo.
A Influência do Espírito Santo na Igreja Primitiva
A obra do Espírito Santo no seio da comunidade cristã foi observada com intensidade pelo autor do livro de Actos dos Apóstolos. Ele descreve a marcha triunfal do cristianismo, de Jerusalém a Roma, e para além da descida do Espírito Santo no dia de Pentecostes judaico. Nessa ocasião numerosos representantes de várias nações e línguas encontravam-se em Jerusalém. Os discípulos «estavam todos reunidos no mesmo lugar» (Actos 2:1).
De repente a promessa de Cristo respeitante ao Espírito Santo recebeu um glorioso cumprimento. O grego utilizado no relato dá a impressão de uma bola de fogo que desce e se divide em várias pequenas línguas de fogo que pousam sobre os membros da assembleia. O Espírito Santo comunicou aos apóstolos a mensagem e a linguagem que levou à conversão 3 000 pessoas num só dia, e que acabou por alcançar «toda a criatura debaixo do céu” (Col. 1:23). Era a chuva temporã anunciada pelo profeta Joel (Joel 2:23).
A história apostólica mostra que somente os cristãos sinceros são achados dignos de ser associados à obra do Espírito Santo. A Simão que, tendo constatado que o Espírito Santo era comunicado por imposição das mãos feita pelos apóstolos, tinha oferecido dinheiro para disso beneficiar, Pedro diz: «O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois cuidaste que o Dom de Deus se alcança por dinheiro» (Actos 8:20).
Foi sob a influência do Espírito Santo que o evangelista Filipe explicou a Bíblia ao eunuco etíope (Actos 8:26-40). Sob a mesma influência Pedro deu testemunho ao centurião Cornélio da corte chamada italiana (Actos 10). É ainda sob a direcção do Espírito que vemos S. Paulo e S. Barnabé viajando para Chipre para evangelizarem a Bacia do Mediterrâneo.
A Obra do Espírito Santo na Actualidade
Talvez pareça que esta revisão da actividade do Espírito Santo no seio da Igreja Apostólica, tal como está relatada nas Sagradas Escrituras, não tenha valor num século como o nosso onde cada vez mais abundam os problemas de ordem psicológica, política, económica e social. Mas não é assim. A obra do Espírito de Deus é tão indicada e importante hoje como o foi antigamente.
As nossas necessidades são mais urgentes, mais intensas do que nunca no passado. Nós devemos ser conscientes da acção do Espírito em todos os domínios. Ele deve tornar-se o nosso Consolador nas aflições, o nosso socorro na tentação, o nosso instrutor se temos sede de conhecimento, a nossa fonte de energia quando o esforço é necessário, a força sem a qual não seríamos senão fraqueza, o nosso guia quando estamos perdidos no meio dos erros, a nossa luz nas trevas, a nossa esperança quando temos necessidade de graça. Equivale a dizer que não somos cristãos sem o Espírito santo.
Pode Ter-se um conhecimento teórico do conteúdo dos evangelhos, podemos ser capazes de fazer recitações brilhantes, mas não podemos esperar com isso que a semente lançada germine e frutifique a menos que ela seja vivificada pelo orvalho do alto.
É necessário renunciar a toda a teoria preconcebida, a toda a opinião preferida, aceitando ser conduzido em vez de se querer administrar a si mesmo.
O Espírito Santo só é dado aos que esperam humildemente em Deus, que atentam para as Suas directrizes, que estão prontos a avançar com Ele pela fé.
Se ainda não estais convencidos da importância que é ser cheios do Espírito de Deus, deixai-me sugerir-vos algumas riquezas resultantes do facto de ser habitado por este poder. Ter o Espírito de Deus é possuir uma clara visão e quem a não necessita hoje? Os problemas com os quais nos confrontamos são de tal natureza que os nossos pobres cérebros, confusos, esforçam-se, em vão, por compreender os acontecimentos perturbadores. Só a assistência do Espírito torna o espírito humano capaz de compreender os grandes temas do cristianismo e os seus princípios aplicados aos nossos dias. O Espírito Santo não traz uma explosão de fanatismo ou de zelo. Aquele que recebeu o Espírito permanece calmo e firme, evitando toda a extravagância no pensamento, na palavra e na acção. No meio de doutrinas erróneas e de um materialismo embrutecedor será guiado, protegido e inspirado. Toda a voz que não venha d’Aquele que é a Verdade será reduzida ao silêncio.
Por estranho que pareça é assim que Deus age. Como é tranquilizador sabê-lo quando tantas pessoas perderam de vista a verdadeira piedade e se resignaram a vegetar sem Deus. Bastante numerosos são os que se privaram do poder vibrante que enche a alma cristã a dinâmica do Espírito Santo. Para eles a vida é sombria, cheia de ameaças. Eles sentem-se solitários, deprimidos e abandonados. Vêem tudo negro nos outros e para eles o tempo soa a dobres fúnebres. Estão constantemente oprimidos pela tensão, o esforço penível, a fadiga, a irritabilidade. Enquanto que aqueles que aceitam ser habitados e capacitados pelo Espírito de Deus regozijam-se todos os momentos do dia. Eles repartem a amizade e a bondade. Sabendo que o Bem acabará por triunfar, vivem calma e serenamente no meio da violência. Nenhum ruído, nenhuma ameaça os perturba. Eles sentem-se em perfeita segurança, são cheios de coragem. A sua vida manifesta um tal poder que quem os rodeia fica admirado.
S. Paulo oferece-nos a chave que dá acesso a este poder. Ele diz-nos que quando «nós clamamos Abba, Pai, o mesmo Espírito testifica com o nosso espírito, que somos filhos de Deus. E se nós somos filhos, somos logo herdeiros, também, herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo» (Rom. 8:15-17).
Então não vamos clamar Abba, Pai! Tal é a conclusão lógica da profissão apostólica: «Eu creio no Espírito Santo».
Notas soltas:
* Estou a caminho para casa do meu Pai. O meu irmão mais velho morreu! O Seu testamento vai ser lido hoje e eu tenho interesse nele.
Veredicto = decisão dum júri ou juiz numa causa civil ou criminal.
Doutrinas antigas: Em Credham, Kent, Inglaterra há um templo muito antigo. Passando alguém certo dia perto desse templo notou que uma parte do tecto estava desabando e era necessário escorá-lo com vigas. Mas quando essa pessoa se aproximou mais perto do mesmo notou que não era a parte antiga que estava a cair, mas sim a parte moderna. Não há necessidade de ter cuidado com as doutrinas antigas do cristianismo. São as doutrinas modernas que se desmoronam.
Josué defendido por Curie: Uma noite um célebre astrónomo, falando sobre Josué em casa de Curie, zombava daquele dirigente hebreu por ele ter ordenado ao Sol que se detivesse, quando na qualidade de profeta deveria saber que é a Terra que se move. Curie disse: Amigo, a que horas amanheceu hoje? Hoje saiu o Sol às 7H50 e pôs-se às 5H11h da tarde. Sair? Pôr-se? disse Curie. És um célebre astrónomo e dizes que o Sol saiu e pôs-se quando é a Terra que se move?
Um dia disse o cínico ao Santo: Eu posso fazer um mundo melhor do que este. Pois bem, disse o Santo, Deus o pôs aqui. Ande e faça-o.
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