domingo, 23 de outubro de 2016

Contemplando o Cordeiro

Mas Ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele, e, pelas Suas pisaduras, fomos sarados” (Isaías 53:5).
Olhem, oh, olhem para a cruz do Calvário; contemplem a Vítima real sofrendo no lugar de cada um de vocês. — Para conhecê-lO, p. 65.

Leitura adicional:
Testemunhos para a igreja, vol. 2, pp. 200-215.
1 • A LINGUAGEM DO MESTRE
A • Como podemos falar aos outros do mesmo modo que Jesus? Isaías 50:4 e 5.
4 O Senhor Deus me deu a língua dos instruídos para que eu saiba sustentar com uma palavra o que está cansado; ele desperta-me todas as manhãs; desperta-me o ouvido para que eu ouça como discípulo. 5 O Senhor Deus abriu-me os ouvidos, e eu não fui rebelde, nem me retirei para trás. 
Somos naturalmente egocêntricos e opiniosos. Mas, ao aprendermos as lições que Cristo nos deseja ensinar, tornamo-nos participantes de Sua natureza; daí em diante, vivemos a Sua vida. O maravilhoso exemplo de Cristo, a incomparável ternura com que compreendia os sentimentos dos outros, chorando com os que choravam e Se regozijando com os que se regozijavam, deve exercer profunda influência sobre o caráter de todos quantos O seguem em sinceridade. [...]
Todos quantos nos cercam são almas aflitas. Aqui e ali, por toda parte, podemos encontrá-las. Procuremos esses sofredores e demos-lhes uma palavra a seu tempo para lhes confortar o coração. Sejamos sempre condutos por onde fluam as refrigerantes águas da compaixão.
Em todas as nossas relações devemos lembrar que há, na vida dos outros, capítulos fechados às vistas mortais. Há, nas páginas da memória, tristes histórias que são cuidadosamente guardadas de olhares curiosos. Aí se encontram registradas longas, renhidas1 batalhas com circunstâncias difíceis, talvez perturbações da vida doméstica, que enfraquecem dia a dia o ânimo, a confiança e a fé. Os que estão pelejando o combate da vida em grande desvantagem de condições podem ser fortalecidos e animados por pequeninas atenções que não custam senão um amorável esforço. Para esses, o caloroso e ajudador aperto de mão dado por verdadeiro amigo vale mais que prata ou ouro. As palavras de bondade são recebidas com tanto agrado como o sorriso dos anjos. — A ciência do bom viver, pp. 157 e 158.
2 • UMA CENA PARA CONTEMPLAÇÃO
A • Descreva um pouco do que Cristo sofreu por nós. Por que Ele fez isso? Isaías 50:6; 52:13-15.
6 Ofereci as minhas costas aos que me feriam, e as minhas faces aos que me arrancavam a barba; não escondi o meu rosto dos que me afrontavam e me cuspiam.
13 Eis que o meu servo procederá com prudência; será exaltado, e elevado, e mui sublime. 14 Como pasmaram muitos à vista dele (pois o seu aspecto estava tão desfigurado que não era o de um homem, e a sua figura não era a dos filhos dos homens), 15 assim ele espantará muitas nações; por causa dele reis taparão a boca; pois verão aquilo que não se lhes havia anunciado, e entenderão aquilo que não tinham ouvido. 
[...] O glorioso Filho de Deus [...] sofreu insultos, zombarias e vergonhosos maus tratos, de modo que “Seu parecer estava tão desfigurado, mais do que o de outro qualquer, e a Sua figura mais do que a dos outros filhos dos homens” (Isaías 52:14).
Quem pode compreender o amor aqui manifestado! A multidão angélica contemplou com assombro e dor Aquele que fora a majestade do Céu, e que usara a coroa de glória, usando agora a coroa de espinhos, vítima ensanguentada da ira de uma turba enfurecida, inflamada até à loucura pela ira de Satanás. Contemplem o paciente Sofredor! Tem na cabeça a coroa de espinhos. O sangue vital corre-Lhe de toda lacerada veia. Tudo isso em consequência do pecado! Coisa alguma poderia haver induzido Cristo a abandonar a honra e majestade que tinha no Céu, e vir a um mundo pecador, para ser desdenhado, desprezado e rejeitado por aqueles a quem vinha salvar, sofrendo afinal na cruz, senão o amor eterno, redentor, que permanecerá para sempre um mistério. Testemunhos para a igreja, vol. 2, p. 207.
O orgulho e a adoração de si mesmo não podem florescer na alma que mantém vivas na memória as cenas do Calvário. — O Desejado de Todas as Nações, p. 661.
B • Descreva a aparência de Jesus tal como foi predita pelo profeta Isaías. Isaías 53:2. Por que muitos perderam o interesse devido à Sua aparência simples?
2 Pois foi crescendo como renovo perante ele, e como raiz que sai duma terra seca; não tinha formosura nem beleza; e quando olhávamos para ele, nenhuma beleza víamos, para que o desejássemos. 3 Era desprezado, e rejeitado dos homens; homem de dores, e experimentado nos sofrimentos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum 
Associações mundanas atraem e deslumbram os sentidos, de maneira que a piedade, o temor de Deus, a fidelidade e a lealdade não têm poder de conservar firmes os homens. A vida de Cristo, humilde e despretensiosa, parece toda ela destituída de atrativos. Para muitos que presumem2 ser filhos e filhas de Deus, Jesus, a Majestade do Céu, é como “raiz de uma terra seca”, não tem “parecer nem formosura” (Isaías 53:2) — O lar adventista, p. 461.
A profecia predisse que Cristo teria a aparência de uma raiz de uma terra seca [são citados os versículos de Isaías 53:2 e 3]. Esse capítulo deve ser estudado. Ele apresenta Cristo como o Cordeiro de Deus. Aqueles que estão inflados pelo orgulho, cujas almas estão cheias de vaidade, devem olhar para a imagem de seu Redentor, e humilharem-se no pó. O capítulo inteiro deve ser memorizado. Sua influência subjugará e humilhará a alma manchada pelo pecado, inflada pela exaltação própria. — The Youth’s Instructor, 20 de dezembro de 1900.
3 • DESPREZADO E REJEITADO
A • Como muitos respondem ao amor de Jesus? Isaías 53:3. O que Ele suportou por nós? Isaías 53:4 e 5.
3 Era desprezado, e rejeitado dos homens; homem de dores, e experimentado nos sofrimentos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum
4 Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e carregou com as nossas dores; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. 5 Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e esmagado por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.
Foi mediante infinito sacrifício e inexprimível sofrimento que nosso Redentor pôs a redenção ao nosso alcance. Passou Ele por este mundo, desconhecido e sem receber honras, para que, por Sua maravilhosa condescendência e humilhação, pudesse exaltar o homem de modo que este venha receber eternas e imorredouras alegrias nas cortes celestiais. Durante Seus trinta anos de vida na Terra Seu coração foi moído por inconcebível angústia. A vereda da manjedoura ao Calvário foi nublada de dor e tristeza. Era um Varão de dores, experimentado nos trabalhos, suportando padecimentos que nenhuma linguagem humana é capaz de descrever. Poderia Ele em verdade ter dito: “Atendei, e vede, se há dor como a Minha dor” (Lamentações 1:12). Odiando o pecado com ódio perfeito, todavia cumulou sobre a própria alma os pecados do mundo todo. Sem culpa, sofreu o castigo do culpado. Inocente, ofereceu-Se todavia como substituto do transgressor. A culpa de todo pecado fazia sentir seu peso sobre a divina alma do Redentor do mundo. Os maus pensamentos, as palavras más, as más ações de todo filho e filha de Adão, exigiam que a retribuição caísse sobre Ele, pois tornara-Se substituto do homem. Conquanto não fosse dEle a culpa do pecado, Seu espírito foi ferido e dilacerado pelas transgressões dos homens, e Aquele que não conhecia pecado tornou-Se pecado por nós, para que fôssemos feitos justiça de Deus nEle. — Mensagens escolhidas, vol. 1, p. 322.
Quão poucos têm uma concepção da angústia que dilacerou o coração do Filho de Deus no decorrer de Seus trinta anos de vida terrestre! — Para conhecê-lO, p. 66.
O Filho de Deus foi rejeitado e desprezado por amor de nós. Podem vocês, à plena vista da cruz, contemplando com os olhos da fé os sofrimentos de Cristo, contar a história de seus infortúnios3 e provações? Podem vocês acalentar no coração vingança contra seus inimigos, ao passo que dos pálidos e trêmulos lábios de Cristo brota uma oração por Seus injuriadores, Seus assassinos — “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”? (Lucas 23:34)? [...]
Não devemos recuar das profundidades da humilhação a que o Filho de Deus Se submeteu a fim de erguer-nos da degradação e servidão do pecado a um assento à Sua direita. [...] É mais que tempo de consagrarmos as poucas, preciosas horas restantes de nosso tempo de graça a lavar nossas vestes de caráter, e branqueá-las no sangue do Cordeiro, para que possamos pertencer àquele grupo de vestidos brancos que há de estar ao redor do grande trono branco. — Ibidem, p. 65.
4 • A VÍTIMA QUE NÃO SE QUEIXAVA
A • O que devemos aprender da forma como Jesus reagiu aos repetidos maus-tratos durante a crucifixão? Isaías 53:6-9; 1 Pedro 2:19-24.
6 Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas, cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós. 7 Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a boca; como um cordeiro que é levado ao matadouro, e como a ovelha que é muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a boca. 8 Pela opressão e pelo juízo foi arrebatado; e quem dentre os da sua geração considerou que ele fora cortado da terra dos viventes, ferido por causa da transgressão do meu povo? 9 E deram-lhe a sepultura com os ímpios, e com o rico na sua morte, embora nunca tivesse cometido injustiça, nem houvesse engano na sua boca. 
19 Porque isto é agradável, que alguém, por causa da consciência para com Deus, suporte tristezas, padecendo injustamente. 20 Pois, que glória é essa, se, quando cometeis pecado e sois por isso esbofeteados, sofreis com paciência? Mas se, quando fazeis o bem e sois afligidos, o sofreis com paciência, isso é agradável a Deus. 21 Porque para isso fostes chamados, porquanto também Cristo padeceu por vós, deixando-vos exemplo, para que sigais as suas pisadas. 22 Ele não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano; 23 sendo injuriado, não injuriava, e quando padecia não ameaçava, mas entregava-se àquele que julga justamente; 24 levando ele mesmo os nossos pecados em seu corpo sobre o madeiro, para que mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados.  
A cruz do Calvário apela com poder, oferecendo uma razão pela qual devemos amar a Cristo agora, e porque O devemos considerar o primeiro, o melhor e o último em tudo. Devemos tomar a posição que nos convêm em humilde arrependimento aos pés da cruz. Podemos aprender as lições de mansidão e humildade de espírito ao subirmos o monte Calvário e, olhando à cruz, vermos nosso Salvador em agonia, o Filho de Deus morrendo, o Justo pelos injustos. Contemplem Aquele que com uma palavra podia chamar legiões de anjos em Seu auxílio, sujeito aos gracejos e risos, às injúrias e ódios. Ele Se entrega em sacrifício pelo pecado. Quando injuriado, não ameaçava; quando falsamente acusado, não abria a boca. Ora, na cruz, por Seus assassinos. Por eles está a morrer. Está pagando infinito preço por cada um deles. Não quereria perder um daqueles a quem comprou por tão alto custo. Ele Se entrega para ser ferido, açoitado, sem um murmúrio. E esta vítima sem queixas é o Filho de Deus. Seu trono é desde a eternidade, e de Seu reino não haverá fim. Para conhecê-lO, p. 65.
Em Sua humanidade, Cristo foi provado com tentações tanto e com tanto mais perseverante energia do que o homem é provado pelo maligno, quanto Sua natureza era maior que a do homem. Esta é uma verdade profunda e misteriosa, que Cristo Se acha ligado à humanidade pelas mais sensíveis compaixões. As más obras, os maus pensamentos e palavras de todo filho e filha de Adão, pesam-Lhe no coração divino. Os pecados dos homens pediam retribuição sobre Ele, pois Se tornara substituto do homem, e tomara sobre Si os pecados do mundo. Ibidem, p. 66.
B • Qual foi o propósito celestial na encarnação de Cristo? Isaías 53:10.
10 Todavia, foi da vontade do Senhor esmagá-lo, fazendo-o enfermar; quando ele se puser como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias, e a vontade do Senhor prosperará nas suas mãos. 
A Majestade do Céu não agradou a Si mesma. Fosse o que fosse que fizesse era em consideração à salvação do homem. O egoísmo em todas as suas formas via-se repreendido em Sua presença. Ele assumiu nossa natureza para poder sofrer em nosso lugar, fazendo de Sua alma uma oferta pelo pecado. Foi ferido de Deus e afligido para salvar o homem do golpe que ele merecia em virtude da transgressão da Lei de Deus. Pela luz que da cruz brilha, Cristo Se propôs atrair todos os homens a Si. Seu humano coração afligia-Se pela humanidade. Seus braços estavam abertos para recebê-los; e convidou a todos para que a Ele viessem. Sua vida na Terra foi um acto contínuo de abnegação e condescendência. — Testemunhos para a igreja, vol. 4, p. 418.
5 • MOTIVOS PARA REFLEXÃO
A• O que inspirou Cristo a sofrer uma morte tão vergonhosa? Isaías 53:11 e 12.
11 Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo justo justificará a muitos, e as iniquidades deles levará sobre si. 12 Pelo que lhe darei o seu quinhão com os grandes, e com os poderosos repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua alma até a morte, e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos, e pelos transgressores intercedeu.
O adorável Redentor [...] não morreu como um herói aos olhos do mundo, cumulado de honras, como homens em combate. Morreu como um criminoso condenado, suspenso entre os céus e a Terra — a morte lenta da vergonha, exposto aos escárnios4 e injúrias de uma multidão vil [...].
Toda essa humilhação da Majestade do Céu foi pelo homem culpado, condenado. Ele baixou mais e mais em Sua humilhação, até que não havia maior profundidade a que pudesse chegar para erguer o homem de sua contaminação moral. Tudo isso foi por você. — Para conhecê-lO, p. 68.
B • O que essa maravilhosa condescendência deveria nos levar a reflectir? Hebreus 2:3, 14 e 15.
3 como escaparemos nós, se descuidarmos de tão grande salvação? A qual, tendo sido anunciada inicialmente pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram: 
14 Portanto, visto como os filhos são participantes comuns de carne e sangue, também ele semelhantemente participou das mesmas coisas, para que pela morte derrotasse aquele que tinha o poder da morte, isto é, o Diabo; 15 e livrasse todos aqueles que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à escravidão. 
No entanto, jamais degradou5 a alma com uma única sórdida mancha do pecado! Sofreu tudo isto para que pudesse erguer, purificar, refinar e enobrecer a cada um de vocês, e colocá-los sobre Seu trono como coerdeiros dEle mesmo. Como vocês irão confirmar sua vocação e eleição? Qual é o caminho da salvação? Cristo declara: “Eu Sou o caminho, e a verdade, e a vida.” Por mais pecaminosos e culpados que sejam, vocês são chamados, são escolhidos. “Chegai-vos a Deus e Ele Se chegará a vós outros.” Ninguém será compelido6 a ir a Jesus Cristo contra a sua vontade. A Majestade do Céu, o Filho unigênito do Deus vivo e verdadeiro abriu o caminho para irem a Ele, dando Sua vida como sacrifício na cruz do Calvário. Mas, embora tenha sofrido tudo isto por vocês, é demasiado puro, é demasiado justo para contemplar a iniquidade. No entanto, até mesmo isto não deve afastá-los dEle; pois declara: “Não vim chamar justos, e, sim, pecadores ao arrependimento” (Marcos 2:17). — Fundamentos da educação cristã, pp. 251 e 252.
PARA  REFLETIR
1. A fim de que sejamos grande bênção para outras pessoas, que devemos aprender?
2. Que efeito terá sobre nós a memorização do capítulo 53 de Isaías?
3. Ao contemplarmos o quanto Jesus sofreu na cruz, o que seremos incapazes de fazer?
4. Por que Jesus ficou em silêncio na cruz, exceto quando orou por Seus inimigos?
5. Como podemos mostrar nosso apreço pelo que Jesus tem feito por nós?

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