“Mas
Ele foi
ferido pelas
nossas transgressões
e moído
pelas nossas
iniquidades; o
castigo que
nos traz
a paz
estava sobre
Ele, e,
pelas Suas
pisaduras, fomos sarados” (Isaías
53:5).
Olhem,
oh, olhem para a cruz do Calvário; contemplem a Vítima
real sofrendo no lugar de cada um de vocês. — Para
conhecê-lO, p.
65.
Leitura
adicional:
Testemunhos
para a igreja, vol. 2, pp. 200-215.
1
• A LINGUAGEM DO MESTRE
A
• Como podemos falar aos outros do mesmo modo que Jesus? Isaías
50:4 e 5.
4
O Senhor Deus me deu a língua dos instruídos para que eu saiba
sustentar com uma palavra o que está cansado; ele desperta-me todas
as manhãs; desperta-me o ouvido para que eu ouça como discípulo. 5
O Senhor Deus abriu-me os ouvidos, e eu não fui rebelde, nem me
retirei para trás.
Somos
naturalmente egocêntricos e opiniosos. Mas, ao aprendermos as
lições que
Cristo nos
deseja ensinar,
tornamo-nos participantes
de Sua natureza;
daí em diante, vivemos a Sua vida. O maravilhoso exemplo de Cristo,
a incomparável
ternura com
que compreendia
os sentimentos
dos outros, chorando com os que choravam e Se regozijando com
os que se regozijavam, deve exercer profunda influência sobre o
caráter de todos quantos O seguem em sinceridade.
[...]
Todos
quantos nos
cercam são
almas aflitas.
Aqui
e ali,
por toda
parte, podemos encontrá-las. Procuremos esses sofredores e
demos-lhes uma palavra a seu tempo para lhes confortar o coração.
Sejamos sempre condutos por
onde fluam
as refrigerantes
águas da
compaixão.
Em
todas as
nossas relações
devemos lembrar
que há,
na vida
dos outros,
capítulos fechados às vistas mortais. Há, nas páginas da memória,
tristes histórias que são cuidadosamente guardadas de olhares
curiosos. Aí se encontram registradas longas, renhidas1
batalhas com circunstâncias difíceis, talvez
perturbações da vida doméstica, que enfraquecem dia a dia o ânimo,
a confiança e a fé. Os que estão pelejando o combate da vida em
grande desvantagem de condições podem ser fortalecidos e animados
por pequeninas atenções que não custam senão um amorável
esforço. Para esses, o caloroso e ajudador aperto de mão dado por
verdadeiro amigo vale mais que prata ou ouro.
As palavras de bondade são recebidas com tanto agrado como o
sorriso dos anjos. — A ciência do bom viver,
pp. 157 e
158.
2
• UMA CENA PARA CONTEMPLAÇÃO
A
• Descreva um pouco do que Cristo sofreu por nós. Por que Ele fez
isso? Isaías 50:6; 52:13-15.
6
Ofereci as minhas costas aos que me feriam, e as minhas faces aos que
me arrancavam a barba; não escondi o meu rosto dos que me afrontavam
e me cuspiam.
13
Eis que o meu servo procederá com prudência; será exaltado, e
elevado, e mui sublime. 14 Como pasmaram muitos à vista dele
(pois o seu aspecto estava tão desfigurado que não era o de um
homem, e a sua figura não era a dos filhos dos homens), 15
assim ele espantará muitas nações; por causa dele reis taparão a
boca; pois verão aquilo que não se lhes havia anunciado, e
entenderão aquilo que não tinham ouvido.
[...]
O glorioso Filho de Deus [...] sofreu insultos, zombarias e
vergonhosos maus tratos, de modo que “Seu parecer estava tão
desfigurado, mais do que o de outro qualquer,
e a Sua figura mais do que a dos
outros filhos dos homens”
(Isaías 52:14).
Quem
pode compreender o amor aqui manifestado! A multidão angélica
contemplou com assombro e dor Aquele que fora a majestade do Céu, e
que usara a coroa de glória, usando agora a coroa de espinhos,
vítima ensanguentada da ira de uma turba enfurecida, inflamada até
à loucura pela ira de Satanás. Contemplem o paciente
Sofredor! Tem na cabeça
a coroa de espinhos. O sangue vital corre-Lhe de toda lacerada veia.
Tudo
isso em
consequência do
pecado! Coisa
alguma poderia
haver induzido Cristo
a abandonar
a honra
e majestade
que tinha
no Céu,
e vir a um mundo
pecador, para ser desdenhado, desprezado e rejeitado por aqueles a
quem vinha salvar, sofrendo
afinal na cruz, senão o amor eterno,
redentor,
que permanecerá
para sempre
um mistério.
— Testemunhos
para a
igreja, vol. 2, p.
207.
O
orgulho e
a adoração
de si
mesmo não
podem florescer
na alma
que mantém vivas na memória as cenas do Calvário. — O
Desejado de Todas as
Nações, p.
661.
B
• Descreva a aparência de Jesus tal como foi predita pelo profeta
Isaías. Isaías 53:2. Por que muitos perderam o interesse devido à
Sua aparência simples?
2
Pois foi crescendo como renovo perante ele, e como raiz que sai duma
terra seca; não tinha formosura nem beleza; e quando olhávamos para
ele, nenhuma beleza víamos, para que o desejássemos. 3
Era desprezado, e rejeitado dos homens; homem de dores, e
experimentado nos sofrimentos; e, como um de quem os homens escondiam
o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum
Associações
mundanas atraem
e deslumbram
os sentidos,
de maneira que a
piedade, o temor de Deus, a fidelidade e a lealdade não têm poder
de conservar firmes os homens. A vida de Cristo, humilde e
despretensiosa, parece
toda ela
destituída de
atrativos. Para
muitos que
presumem2
ser filhos e filhas de Deus, Jesus, a Majestade do Céu,
é como “raiz de uma terra seca”,
não tem “parecer nem formosura”
(Isaías 53:2) — O lar adventista, p.
461.
A
profecia predisse que Cristo teria a aparência de uma raiz de uma
terra seca
[são citados
os versículos
de Isaías
53:2 e
3]. Esse
capítulo deve ser
estudado. Ele
apresenta Cristo
como o
Cordeiro de
Deus. Aqueles
que estão inflados pelo orgulho, cujas almas estão cheias de
vaidade, devem olhar para a imagem de seu Redentor,
e humilharem-se no pó. O capítulo inteiro deve ser
memorizado. Sua influência subjugará e humilhará a alma manchada
pelo pecado, inflada pela exaltação própria. — The Youth’s
Instructor, 20
de dezembro de 1900.
3
• DESPREZADO E REJEITADO
A
• Como muitos respondem ao amor de Jesus? Isaías 53:3. O que Ele
suportou por nós? Isaías 53:4 e 5.
3
Era desprezado, e rejeitado dos homens; homem de dores, e
experimentado nos sofrimentos; e, como um de quem os homens escondiam
o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum
4
Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e carregou
com as nossas dores; e nós o reputávamos por aflito, ferido de
Deus, e oprimido. 5 Mas ele foi ferido por causa das nossas
transgressões, e esmagado por causa das nossas iniquidades; o
castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras
fomos sarados.
Foi
mediante infinito sacrifício e inexprimível sofrimento que
nosso Redentor pôs a redenção ao nosso alcance. Passou Ele por
este mundo, desconhecido
e sem receber honras, para que, por Sua maravilhosa condescendência
e humilhação, pudesse exaltar o homem de modo que este venha
receber eternas e imorredouras alegrias nas cortes celestiais.
Durante Seus
trinta anos
de vida
na Terra
Seu coração
foi moído
por inconcebível
angústia. A
vereda da
manjedoura ao
Calvário foi
nublada de
dor e tristeza. Era um Varão
de dores, experimentado nos trabalhos, suportando
padecimentos que nenhuma linguagem humana é capaz de descrever.
Poderia Ele em verdade ter dito: “Atendei,
e vede, se há dor como a Minha dor” (Lamentações 1:12).
Odiando o pecado com ódio
perfeito, todavia cumulou sobre a própria alma os pecados do
mundo todo. Sem culpa, sofreu o castigo do culpado. Inocente,
ofereceu-Se todavia como substituto do transgressor. A culpa de todo
pecado fazia sentir seu peso sobre a divina alma do Redentor do
mundo. Os maus
pensamentos, as palavras más, as más ações de todo filho e filha
de Adão, exigiam que a
retribuição caísse sobre Ele, pois tornara-Se substituto do homem.
Conquanto não fosse dEle a culpa do pecado, Seu espírito foi ferido
e dilacerado pelas transgressões dos homens, e Aquele que não
conhecia pecado tornou-Se
pecado por
nós, para
que fôssemos
feitos justiça
de Deus
nEle. — Mensagens escolhidas, vol. 1, p.
322.
Quão
poucos têm uma concepção da angústia que dilacerou o coração do
Filho de Deus no decorrer de Seus trinta anos de vida terrestre! —
Para conhecê-lO,
p.
66.
O
Filho de Deus foi rejeitado e desprezado por amor de nós. Podem
vocês, à plena vista da cruz, contemplando com os olhos da fé os
sofrimentos de Cristo, contar a história de seus infortúnios3
e provações? Podem vocês acalentar no coração
vingança contra seus inimigos, ao passo que dos pálidos e trêmulos
lábios de Cristo brota uma oração por Seus injuriadores, Seus
assassinos — “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”?
(Lucas 23:34)? [...]
Não
devemos recuar das profundidades da humilhação a que o Filho de
Deus Se submeteu a fim de erguer-nos da degradação e servidão do
pecado a um assento à Sua direita. [...] É mais que tempo de
consagrarmos as
poucas, preciosas
horas restantes
de nosso
tempo de
graça a
lavar nossas vestes de caráter,
e branqueá-las no sangue do Cordeiro, para que possamos
pertencer àquele grupo de vestidos brancos que há de estar ao redor
do grande trono branco. — Ibidem,
p. 65.
4
• A VÍTIMA QUE NÃO SE QUEIXAVA
A
• O que devemos aprender da
forma como Jesus
reagiu aos repetidos maus-tratos
durante a crucifixão? Isaías
53:6-9; 1 Pedro 2:19-24.
6
Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas, cada um se desviava
pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de
todos nós. 7 Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a
boca; como um cordeiro que é levado ao matadouro, e como a ovelha
que é muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a
boca. 8 Pela opressão e pelo juízo foi arrebatado; e quem
dentre os da sua geração considerou que ele fora cortado da terra
dos viventes, ferido por causa da transgressão do meu povo? 9
E deram-lhe a sepultura com os ímpios, e com o rico na sua morte,
embora nunca tivesse cometido injustiça, nem houvesse engano na sua
boca.
19
Porque isto é agradável, que alguém, por causa da consciência
para com Deus, suporte tristezas, padecendo injustamente. 20
Pois, que glória é essa, se, quando cometeis pecado e sois por isso
esbofeteados, sofreis com paciência? Mas se, quando fazeis o bem e
sois afligidos, o sofreis com paciência, isso é agradável a Deus.
21 Porque para isso fostes chamados, porquanto também Cristo
padeceu por vós, deixando-vos exemplo, para que sigais as suas
pisadas. 22 Ele não cometeu pecado, nem na sua boca se achou
engano; 23 sendo injuriado, não injuriava, e quando padecia
não ameaçava, mas entregava-se àquele que julga justamente; 24
levando ele mesmo os nossos pecados em seu corpo sobre o madeiro,
para que mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e
pelas suas feridas fostes sarados.
A
cruz do Calvário apela com poder, oferecendo uma razão pela qual
devemos amar a Cristo agora, e porque O devemos considerar o
primeiro, o
melhor e
o último
em tudo.
Devemos tomar
a posição
que nos
convêm em humilde arrependimento aos pés da cruz. Podemos
aprender as lições de
mansidão e humildade
de espírito ao
subirmos o monte
Calvário e,
olhando
à cruz,
vermos
nosso
Salvador
em agonia,
o Filho
de Deus
morrendo, o Justo
pelos injustos.
Contemplem Aquele que com
uma palavra podia
chamar legiões
de anjos em Seu
auxílio, sujeito aos
gracejos e risos,
às injúrias e
ódios. Ele Se entrega
em sacrifício pelo pecado.
Quando injuriado,
não ameaçava; quando
falsamente acusado, não
abria a boca. Ora,
na cruz, por Seus assassinos.
Por eles
está a morrer. Está
pagando infinito preço
por cada um deles. Não
quereria perder um
daqueles a quem
comprou por tão
alto custo.
Ele Se entrega para
ser ferido, açoitado,
sem um murmúrio.
E esta
vítima
sem queixas
é o
Filho
de Deus.
Seu trono
é desde
a eternidade, e de
Seu reino não haverá
fim. —
Para conhecê-lO,
p. 65.
Em
Sua humanidade,
Cristo foi
provado com tentações —
tanto e com
tanto mais
perseverante energia do que
o homem é provado
pelo maligno,
quanto Sua
natureza era maior
que a do homem.
Esta é uma verdade
profunda e misteriosa,
que Cristo Se acha ligado
à humanidade pelas
mais sensíveis compaixões.
As más obras,
os maus pensamentos e
palavras de todo filho e
filha de Adão, pesam-Lhe
no coração divino.
Os pecados dos homens
pediam retribuição
sobre Ele, pois
Se tornara substituto
do homem, e tomara
sobre Si os pecados do mundo.
— Ibidem, p.
66.
B
• Qual foi o propósito celestial na encarnação de Cristo? Isaías
53:10.
10
Todavia, foi da vontade do Senhor esmagá-lo, fazendo-o enfermar;
quando ele se puser como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade,
prolongará os seus dias, e a vontade do Senhor prosperará nas suas
mãos.
A
Majestade do Céu não agradou a Si mesma. Fosse o que fosse que
fizesse era
em consideração
à salvação
do homem.
O egoísmo
em todas
as suas formas via-se repreendido em Sua presença. Ele
assumiu nossa natureza para
poder sofrer
em nosso
lugar,
fazendo de
Sua alma
uma oferta pelo
pecado. Foi ferido de
Deus e afligido para salvar o homem do golpe que ele merecia em
virtude da transgressão da Lei de Deus. Pela
luz que da cruz
brilha, Cristo
Se propôs
atrair todos
os homens
a Si.
Seu humano coração
afligia-Se pela humanidade. Seus braços estavam abertos para
recebê-los; e convidou a todos para que a Ele viessem. Sua vida na
Terra foi um acto
contínuo de abnegação e condescendência. — Testemunhos
para a
igreja, vol. 4, p.
418.
5
• MOTIVOS PARA REFLEXÃO
A• O
que inspirou Cristo a sofrer uma morte tão vergonhosa? Isaías 53:11
e 12.
11
Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com
o seu conhecimento o meu servo justo justificará a muitos, e as
iniquidades deles levará sobre si. 12 Pelo que lhe darei o
seu quinhão com os grandes, e com os poderosos repartirá ele o
despojo; porquanto derramou a sua alma até a morte, e foi contado
com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos, e
pelos transgressores intercedeu.
O
adorável Redentor [...] não morreu como um herói aos olhos do
mundo, cumulado de
honras, como homens em combate. Morreu como um criminoso condenado,
suspenso entre os céus e a Terra
— a morte lenta da vergonha, exposto aos escárnios4
e injúrias de uma multidão vil [...].
Toda
essa humilhação da Majestade do Céu foi pelo homem
culpado, condenado. Ele
baixou mais
e mais
em Sua
humilhação, até
que não
havia maior profundidade a que pudesse chegar para erguer o
homem de sua contaminação moral. Tudo
isso foi por você. — Para
conhecê-lO, p.
68.
B
• O que essa maravilhosa condescendência deveria nos levar a
reflectir? Hebreus 2:3, 14 e 15.
3
como escaparemos nós, se descuidarmos de tão grande salvação? A
qual, tendo sido anunciada inicialmente pelo Senhor, foi-nos depois
confirmada pelos que a ouviram:
14
Portanto, visto como os filhos são participantes comuns de carne e
sangue, também ele semelhantemente participou das mesmas coisas,
para que pela morte derrotasse aquele que tinha o poder da morte,
isto é, o Diabo; 15 e livrasse todos aqueles que, com medo da
morte, estavam por toda a vida sujeitos à escravidão.
No
entanto, jamais degradou5
a alma com uma única sórdida mancha do pecado! Sofreu
tudo isto para que pudesse erguer,
purificar, refinar e enobrecer a cada um de vocês, e
colocá-los sobre Seu trono como coerdeiros dEle mesmo. Como vocês
irão confirmar sua vocação e eleição? Qual é o caminho da
salvação? Cristo declara: “Eu
Sou o caminho, e a verdade,
e a
vida.”
Por
mais pecaminosos
e culpados
que sejam,
vocês são
chamados, são
escolhidos. “Chegai-vos
a Deus
e Ele
Se chegará
a vós
outros.” Ninguém
será compelido6
a ir a Jesus Cristo contra a sua vontade. A
Majestade do
Céu, o
Filho unigênito
do Deus
vivo e
verdadeiro abriu
o caminho para
irem a
Ele, dando
Sua vida
como sacrifício
na cruz
do Calvário. Mas,
embora tenha sofrido tudo isto por vocês, é demasiado puro,
é demasiado justo para contemplar a iniquidade. No
entanto, até mesmo isto não deve afastá-los dEle; pois
declara: “Não vim
chamar justos, e, sim, pecadores ao arrependimento” (Marcos 2:17).
— Fundamentos da
educação cristã, pp. 251
e 252.
PARA REFLETIR
1. A
fim de que sejamos grande bênção para outras pessoas, que devemos
aprender?
2. Que
efeito terá sobre nós a memorização do capítulo 53 de Isaías?
3. Ao
contemplarmos o quanto Jesus sofreu na cruz, o que seremos incapazes
de fazer?
4. Por
que Jesus ficou em silêncio na cruz, exceto quando orou por Seus
inimigos?
5. Como
podemos mostrar nosso apreço pelo que Jesus tem feito por nós?