DANIEL 3: A VITÓRIA DOS HEBREUS
Nabucodonosor
não se tinha convertido à religião dos três hebreus. No entanto, ele dá
a esta religião um estatuto legal, e que os seus três representantes
prosperem. Na realidade, esta boa vontade repentina disfarça o seu
embaraço, e como podemos ver no capítulo 2 de Daniel, indica uma espécie
de transferência. Ao fazer prosperar os três hebreus, Nabucodonosor
forja uma consciência tranquila face ao Deus de quem ele foge.
Para
os Caldeus assim como para os Hebreus, esta atitude do rei traz algumas
lições. Em Primeiro lugar, o emprego da expressão: “na província de
Babilónia” (v.30), no final do capítulo, como na sua introdução: “O rei
Nabucodonosor fez uma estátua de ouro, a altura da qual era de sessenta
côvados, e a sua largura de seis côvados; levantou-a no campo de Dura,
na província de Babilónia.”(3:1), “na província de Babilónia”, sugere um
retorno ao começo. Todas as manobras e armadilhas dos caldeus não
tiveram graves conclusões. Os três Hebreus estão no mesmo lugar e nem
sequer passam por protagonistas por terem salvo a face do rei e dos
outros funcionários. O seu êxito estende-se apenas e tão só naquele
lugar onde estão os seus inimigos. “Preparas uma mesa perante mim na
presença dos meus inimigos; unges com óleo a minha cabeça, o meu cálice
transborda.” (Salmo 23:5).
No
entanto, no final da prova a situação dos Hebreus é superiora. Eles
confiaram em Deus e o Único Deus respondeu na província de Babilónia,
era para eles claro que Ele é um Deus vivo, mas eles sentem o calor da
Sua manifestação. Antes eles eram três homens, presentemente eles são
quatro! Eles saem da prova enriquecidos, fortalecidos como nunca antes.
Correram o risco de tudo perder, mas os Hebreus ganharam mais do que
eles já possuíam – ilustração perfeita do paradoxo designado por Jesus:
“Mas buscai primeiro o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas
vos serão acrescentadas.” (Mateus 6:33).
Os
hebreus não procuravam o êxito, a vitória. Os seus interesses estavam
noutras coisas. Viam o “invisível”. Eles tinham renunciado às suas
posições, e mesmo à sua vida. A sua exclusiva razão de ser, a sua única
felicidade, a aspiração deles era servir e adorar Deus. O Reino de Deus
pertence aos que não procuram interesses pessoais. O Reino de Deus não é
uma recompensa para os justos que o merecem pelas suas boas obras. A
“vitória” dos Hebreus ensina-nos que a prenda de Deus vem como uma
surpresa e uma graça para aqueles que tudo perderan e nada esperam como
recompensa. Paradoxalmente, só o serviço gratuito, sem o cuidado da
recompensa, será recompensado. Seja para sempre, Deus louvado. A Ele,
honra e a glória em todo o tempo. Amem!
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