quarta-feira, 14 de setembro de 2022

08 – AS SEIS TROMBETAS

Introdução: Todos os Outonos, em tempos bíblicos, Deus tinha, para os sacerdotes que oficiavam no Templo em Jerusalém, uma tarefa especial: tocar trombetas para lembrar o povo de que deveriam preparar-se para o Dia da Expiação que se aproximava. Esse dia era também o dia anual de juízo, de introspecção e de confissão dos pecados. Em Apocalipse, do capítulo 8 ao 11, Deus adverte a humanidade sobre a necessidade de arrependimento e de trilhar caminho direito. Fá-lo através de 7 anjos com as suas trombetas. Este toque é para si e para mim também.

1- O “silêncio no Céu” é momento de expectativa (Apocalipse 8:1). O que é que se segue a este silêncio?
Apocalipse 8:2-4.

Nota explicativa: Já nos habituámos a esta reverência que precede um momento solene junto ao trono de Deus. Imediatamente antes de ler as cartas às sete igrejas, encontrámos Jesus no Santuário, vestido como Sumo Sacerdote, caminhando entre os castiçais.
Antes da abertura dos sete selos, vimos Jesus simbolizado como um Cordeiro Pascal, em pé junto ao trono. Agora, um anjo oferece incenso sobre o altar de ouro.
A nossa expectativa seria a de ver Jesus em pé ao lado do altar de ouro, oferecendo incenso com as nossas orações. É também verdade, que a Bíblia apresenta por vezes Jesus como sendo um anjo (Êxodo 3:1-6; Génesis 48:16).
Obviamente, Jesus não é um anjo na forma como compreendemos os anjos. Ele é Deus! A palavra anjo significa “mensageiro”, e Jesus é o supremo portador das mensagens de Deus.

2- Para onde lança o anjo o incensário e o que fazem os anjos de seguida?
Apocalipse 8:5-7.

Nota explicativa: O incenso era oferecido pelo Sumo Sacerdote no Templo de Jerusalém no Dia da Expiação. O incenso é um símbolo do próprio Jesus. Representa a doçura e bondade de Cristo, e especialmente a Sua morte sacrificial na cruz. O incenso não é para convencer Deus a amar-nos; Ele já nos ama (São João 16:27; 3:16).
São João viu, ao toque da trombeta, o incensário ser lançado sobre a Terra. Como podemos explicar tal alteração de comportamento? Porventura, Deus ama-nos e ao mesmo tempo fere-nos? Será que o nosso Sumo Sacerdote, que vive “sempre para interceder” por nós (Hebreus 7:25), por vezes também nos pune? Certamente que sim!

3- Haverá razões que levem o amor a punir?
Apocalipse 3:19.

Nota explicativa: A punição é conferida normalmente para nos fazer sofrer a merecida consequência do nosso comportamento. Há, porém, outras razões que levam o amor a punir, como por exemplo:
1. O amor pode levar a punir a fim de persuadir ao arrependimento e a orientar o curso da vida num sentido melhor. Os pais que amam os filhos fazem isso. Deus também!
2. O amor pode também levar a punir os nossos inimigos, a fim de proteger os amados e fiéis de continuarem a sofrer a crueldade que estes lhes infligem.

4- Será que estamos a viver o tempo em que Deus chama ao arrependimento e conversão?
Apocalipse 8:6-12.

Nota explicativa: Como dissemos na nota de introdução, o toque convocava para a batalha e comunicava mensagens durante as guerras (Jeremias 4:19; I Coríntios 14:8). As trombetas eram tocadas dez dias antes do dia anual do julgamento “Yom Kipur”. Nas sete trombetas do Apocalipse, operações militares e juízos encontram-se expressamente combinados. “As nações se enfureceram”; “chegou... o tempo determinado para serem julgados os mortos” (Apocalipse 11:18).

5- A primeira trombeta.
Apocalipse 8:7

Nota explicativa: “saraiva”; “fogo”; “sangue”; “terça parte da vegetação”. Em linguagem bíblica erva representa povo que floresce em justiça (Isaías 44:3-4), e árvores também são símbolos do povo de Deus (Salmo 1:3; 52:8; 92:12), Jesus retratou a nação judaica dos Seus dias como uma figueira que não produziu os seus frutos (São Lucas 13:6-9).
Inquestionavelmente, o evento que preenche as características desta trombeta foi a memorável destruição da nação judaica e a queda da sua capital, Jerusalém, no ano 70 da nossa era. A nação judaica rejeitou persistentemente os profetas. Por fim, exigiram a morte do Filho de Deus, que viera para salvar a todos nós. Deus, relutantemente, teve que permitir que colhessem os frutos das suas próprias escolhas (Mateus 23:38).

6- A segunda trombeta.
Apocalipse 8:8-9.

Nota explicativa: Em Apocalipse 17:1,15, “águas” simbolizam “povos, multidões, nações e línguas”. O “mar” da segunda trombeta é o mar da humanidade. Em 455, os Vândalos, entre muitos outros povos, pilharam Roma. Vandalizaram a cidade durante duas semanas. Roma tinha punido o povo de Deus, chegava agora a sua hora de sofrer as consequências.

7- A terceira trombeta.
Apocalipse 8:10-11.

Nota explicativa: A Igreja medieval do ocidente sucumbiu às seduções de Satanás, conformando-se progressivamente com os padrões da cultura secular e pagã. Durante este tempo a igreja perdeu a maior parte do seu poder de transformar pessoas. Na verdade, ela muitas vezes estimulou à prática do crime. A doce e efervescente fonte da vida tornou-se barrenta e amarga. “Absinto”, a estrela cadente e ardente: Satanás e os mestres cristãos que se prestaram a cumprir os propósitos satânicos. A verdadeira religião de Jesus e a verdade a Seu respeito, confiada à Igreja Cristã da Idade Média, especialmente àquela centrada em torno da Igreja de Roma, ao ser poluída pelos erros do “absinto”.

8- A quarta trombeta.
Apocalipse 8:12.

Nota explicativa: Da mesma forma como Jesus é a fonte última da vida, Ele é também o “Sol da justiça” (Malaquias 4:2), a origem de toda a verdade e luz. Por duas vezes São João ouviu Jesus dizer: “Eu sou a luz do mundo (São João 8:12; 9:5). Numa dessas ocasiões, Jesus acrescentou: “Quem Me segue não andará em trevas.”
Esta trombeta é o cumprimento solene e infeliz do que foi feito pela Igreja Católica Romana, apesar de conhecer os Dez Mandamentos (Êxodo 20:1-17). Em 1054 a Igreja Romana excomungou iradamente a Igreja Grega-Ortodoxa e milhões dos seus membros, porque, entre outras coisas, insistiam em continuar a observar o Sábado do sétimo dia (Génesis 2:1-2). Por volta do ano 1500, a mesma Igreja Romana provocou um anátema escandaloso, ao impor à população da Europa mais de 150 dias santificados não-bíblicos, a seu bel-prazer.
A Lei de Deus e o ministério sacerdotal de Cristo no santuário celestial foram, certamente, a “Luz” do Céu foi, “obscurecida” por um sistema terrestre de leis, sacerdotes e sacrifícios. Cumpriu-se a quarta trombeta.

9- A quinta e sexta trombeta.
Apocalipse 9:1, 14.

Nota explicativa: Lamentamos o pouco espaço que temos para analisar todo o desenvolvimento que merecia este emocionante assunto das trombetas. Diremos de forma muito resumida que grandes expositores bíblicos como Martinho Lutero, Joseph Mede e Sir Isaac Newton, acham que estas cenas de gafanhotos são representações dos grandes exércitos muçulmanos que repetidamente guerrearam contra os cristãos durante longos séculos.

Apelo: Certamente reparou que há ainda uma outra trombeta, a sétima. Estudá-la-emos no tema AS DUAS TESTEMUNHAS. Dissemos anteriormente que as sete trombetas constituir-se-iam em “juízos de advertência”. Esses juízos ocorrem em tempo de poder levar-nos ao arrependimento.
Iremos ver que vivemos o tempo da Sétima trombeta e que se aproximam as Sete últimas pragas. Quando estas caírem será demasiado tarde para que alguém se arrependa verdadeiramente.
Aproxime-se de Jesus e aceite a Sua mão estendida para si. Ele é o único Caminho, Verdade e Vida. Agora, é ainda tempo. Que Deus o/a abençoe!

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