08 – AS SEIS TROMBETAS
Introdução: Todos
os Outonos, em tempos bíblicos, Deus tinha, para os sacerdotes que
oficiavam no Templo em Jerusalém, uma tarefa especial: tocar trombetas
para lembrar o povo de que deveriam preparar-se para o Dia da Expiação
que se aproximava. Esse dia era também o dia anual de juízo, de
introspecção e de confissão dos pecados. Em Apocalipse, do capítulo 8 ao
11, Deus adverte a humanidade sobre a necessidade de arrependimento e
de trilhar caminho direito. Fá-lo através de 7 anjos com as suas
trombetas. Este toque é para si e para mim também.
1- O “silêncio no Céu” é momento de expectativa (Apocalipse 8:1). O que é que se segue a este silêncio?
Apocalipse 8:2-4.
Nota explicativa: Já nos
habituámos a esta reverência que precede um momento solene junto ao
trono de Deus. Imediatamente antes de ler as cartas às sete igrejas,
encontrámos Jesus no Santuário, vestido como Sumo Sacerdote, caminhando
entre os castiçais.
Antes da
abertura dos sete selos, vimos Jesus simbolizado como um Cordeiro
Pascal, em pé junto ao trono. Agora, um anjo oferece incenso sobre o
altar de ouro.
A nossa
expectativa seria a de ver Jesus em pé ao lado do altar de ouro,
oferecendo incenso com as nossas orações. É também verdade, que a Bíblia
apresenta por vezes Jesus como sendo um anjo (Êxodo 3:1-6; Génesis
48:16).
Obviamente, Jesus não é
um anjo na forma como compreendemos os anjos. Ele é Deus! A palavra anjo
significa “mensageiro”, e Jesus é o supremo portador das mensagens de
Deus.
2- Para onde lança o anjo o incensário e o que fazem os anjos de seguida?
Apocalipse 8:5-7.
Nota explicativa: O
incenso era oferecido pelo Sumo Sacerdote no Templo de Jerusalém no Dia
da Expiação. O incenso é um símbolo do próprio Jesus. Representa a
doçura e bondade de Cristo, e especialmente a Sua morte sacrificial na
cruz. O incenso não é para convencer Deus a amar-nos; Ele já nos ama
(São João 16:27; 3:16).
São João
viu, ao toque da trombeta, o incensário ser lançado sobre a Terra. Como
podemos explicar tal alteração de comportamento? Porventura, Deus
ama-nos e ao mesmo tempo fere-nos? Será que o nosso Sumo Sacerdote, que
vive “sempre para interceder” por nós (Hebreus 7:25), por vezes também
nos pune? Certamente que sim!
3- Haverá razões que levem o amor a punir?
Apocalipse 3:19.
Nota explicativa: A
punição é conferida normalmente para nos fazer sofrer a merecida
consequência do nosso comportamento. Há, porém, outras razões que levam o
amor a punir, como por exemplo:
1.
O amor pode levar a punir a fim de persuadir ao arrependimento e a
orientar o curso da vida num sentido melhor. Os pais que amam os filhos
fazem isso. Deus também!
2. O
amor pode também levar a punir os nossos inimigos, a fim de proteger os
amados e fiéis de continuarem a sofrer a crueldade que estes lhes
infligem.
4- Será que estamos a viver o tempo em que Deus chama ao arrependimento e conversão?
Apocalipse 8:6-12.
Nota explicativa: Como
dissemos na nota de introdução, o toque convocava para a batalha e
comunicava mensagens durante as guerras (Jeremias 4:19; I Coríntios
14:8). As trombetas eram tocadas dez dias antes do dia anual do
julgamento “Yom Kipur”. Nas sete trombetas do Apocalipse, operações
militares e juízos encontram-se expressamente combinados. “As nações se
enfureceram”; “chegou... o tempo determinado para serem julgados os
mortos” (Apocalipse 11:18).
5- A primeira trombeta.
Apocalipse 8:7
Nota explicativa: “saraiva”;
“fogo”; “sangue”; “terça parte da vegetação”. Em linguagem bíblica erva
representa povo que floresce em justiça (Isaías 44:3-4), e árvores
também são símbolos do povo de Deus (Salmo 1:3; 52:8; 92:12), Jesus
retratou a nação judaica dos Seus dias como uma figueira que não
produziu os seus frutos (São Lucas 13:6-9).
Inquestionavelmente,
o evento que preenche as características desta trombeta foi a memorável
destruição da nação judaica e a queda da sua capital, Jerusalém, no ano
70 da nossa era. A nação judaica rejeitou persistentemente os profetas.
Por fim, exigiram a morte do Filho de Deus, que viera para salvar a
todos nós. Deus, relutantemente, teve que permitir que colhessem os
frutos das suas próprias escolhas (Mateus 23:38).
6- A segunda trombeta.
Apocalipse 8:8-9.
Nota explicativa: Em
Apocalipse 17:1,15, “águas” simbolizam “povos, multidões, nações e
línguas”. O “mar” da segunda trombeta é o mar da humanidade. Em 455, os
Vândalos, entre muitos outros povos, pilharam Roma. Vandalizaram a
cidade durante duas semanas. Roma tinha punido o povo de Deus, chegava
agora a sua hora de sofrer as consequências.
7- A terceira trombeta.
Apocalipse 8:10-11.
Nota explicativa: A
Igreja medieval do ocidente sucumbiu às seduções de Satanás,
conformando-se progressivamente com os padrões da cultura secular e
pagã. Durante este tempo a igreja perdeu a maior parte do seu poder de
transformar pessoas. Na verdade, ela muitas vezes estimulou à prática do
crime. A doce e efervescente fonte da vida tornou-se barrenta e amarga.
“Absinto”, a estrela cadente e ardente: Satanás e os mestres cristãos
que se prestaram a cumprir os propósitos satânicos. A verdadeira
religião de Jesus e a verdade a Seu respeito, confiada à Igreja Cristã
da Idade Média, especialmente àquela centrada em torno da Igreja de
Roma, ao ser poluída pelos erros do “absinto”.
8- A quarta trombeta.
Apocalipse 8:12.
Nota explicativa: Da
mesma forma como Jesus é a fonte última da vida, Ele é também o “Sol da
justiça” (Malaquias 4:2), a origem de toda a verdade e luz. Por duas
vezes São João ouviu Jesus dizer: “Eu sou a luz do mundo (São João 8:12;
9:5). Numa dessas ocasiões, Jesus acrescentou: “Quem Me segue não
andará em trevas.”
Esta trombeta é
o cumprimento solene e infeliz do que foi feito pela Igreja Católica
Romana, apesar de conhecer os Dez Mandamentos (Êxodo 20:1-17). Em 1054 a
Igreja Romana excomungou iradamente a Igreja Grega-Ortodoxa e milhões
dos seus membros, porque, entre outras coisas, insistiam em continuar a
observar o Sábado do sétimo dia (Génesis 2:1-2). Por volta do ano 1500, a
mesma Igreja Romana provocou um anátema escandaloso, ao impor à
população da Europa mais de 150 dias santificados não-bíblicos, a seu
bel-prazer.
A Lei de Deus e o
ministério sacerdotal de Cristo no santuário celestial foram,
certamente, a “Luz” do Céu foi, “obscurecida” por um sistema terrestre
de leis, sacerdotes e sacrifícios. Cumpriu-se a quarta trombeta.
9- A quinta e sexta trombeta.
Apocalipse 9:1, 14.
Nota explicativa:
Lamentamos o pouco espaço que temos para analisar todo o desenvolvimento
que merecia este emocionante assunto das trombetas. Diremos de forma
muito resumida que grandes expositores bíblicos como Martinho Lutero,
Joseph Mede e Sir Isaac Newton, acham que estas cenas de gafanhotos são
representações dos grandes exércitos muçulmanos que repetidamente
guerrearam contra os cristãos durante longos séculos.
Apelo: Certamente reparou
que há ainda uma outra trombeta, a sétima. Estudá-la-emos no tema AS
DUAS TESTEMUNHAS. Dissemos anteriormente que as sete trombetas
constituir-se-iam em “juízos de advertência”. Esses juízos ocorrem em
tempo de poder levar-nos ao arrependimento.
Iremos
ver que vivemos o tempo da Sétima trombeta e que se aproximam as Sete
últimas pragas. Quando estas caírem será demasiado tarde para que alguém
se arrependa verdadeiramente.
Aproxime-se
de Jesus e aceite a Sua mão estendida para si. Ele é o único Caminho,
Verdade e Vida. Agora, é ainda tempo. Que Deus o/a abençoe!
Sem comentários:
Enviar um comentário