Na epístola de Paulo aos Coríntios o apóstolo
explica porque foram outorgados à igreja dons tais como o de "profetas,
evangelistas, pastores e mestres" (1 Coríntios 12:27-31; Efésios
4:8-11).
A posição da igreja
Igreja Adventista quanto ao dom de profecia, é de cuidadosa aceitação,
pois devemos “provar os espíritos”, nos adverte a Palavra de Deus. Uma
pergunta que frequentemente nos ocorre é esta: existe informação e apoio
bíblico para o dom profético em dias modernos?
Deus se revela aos homens através de duas
maneiras principais: através da natureza (revelação geral) e através
dos profetas (revelação especial). O conteúdo básico dessa revelação
especial é aquele das Escrituras Sagradas.
Ao examinarmos as Escrituras descobrimos 5 pontos fundamentais:
a) Que vários profetas se levantaram para
comunicar as verdades divinas, e essas verdades não fazem parte da
Bíblia. Jamais eles foram considerados inferiores, muito pelo contrário:
temos profetas que não escreveram nenhuma página das Escrituras
repreendendo outros profetas (Natã a Davi, por exemplo).
b) Em parte alguma das Escrituras o dom de profecia é limitado a alguma época ou geração.
c) As Escrituras nos apresentam critérios para distinguir um profeta verdadeiro de um falso.
d) Que nos últimos dias haveria a manifestação de um falso dom profético (Mateus 24:24).
e) Que nos últimos dias se manifestaria o verdadeiro dom profético (Joel 2:28-32).
Os judeus do tempo de Cristo ouviram a
João Batista com sua pregação: “Preparai o caminho do Senhor” e o
Messias apareceu como ele havia anunciado.
Não deveria haver uma voz profética clara
nos tempos modernos? O que impediria que Deus falasse ao homem moderno
pela voz de um Profeta?
A profecia de Joel
Se lermos com atenção o capítulo 2:28-31,
do livro do profeta Joel, perceberemos logo que Deus prometeu este dom
de maneira especial. De acordo com o apóstolo Pedro, esta profecia
encontrou seu cumprimento no dia do Pentecostes (Atos 2;15-20). Mas uma
leitura cuidadosa destes versos, nos faz levantar mais uma pergunta:
“Foi completo o cumprimento nessa oportunidade ou há evidência de que se
pode esperar um cumprimento maior no futuro?”
Quando colocamos lado a lado Joel 2:28-31
e Apocalipse 6:12-17 percebemos que os fenômenos extraordinários da
natureza (terremoto, escurecimento do sol e da lua) ocorrem no último
período da história desse mundo, exatamente antes do retorno de Jesus. A
próxima conclusão é de que o derramamento do Espírito Santo sobre toda a
carne e a manifestação do dom profético se cumpririam nesses últimos
dias, “antes que viesse o grande dia do Deus Todo-Poderoso”.
Ao buscar nas Escrituras do Velho e do
Novo Testamentos encontraremos os comentários de Paulo com respeito a
igreja que esperava a “manifestação do nosso Senhor Jesus Cristo” (1
Coríntios 1:7). A essa igreja não faltaria “nenhum dom”, senão que seria
enriquecida em Cristo, “em toda palavra e em toda a ciência” (1
Coríntios 1:5-7). Os dons do Espírito de Deus apareceriam na última
igreja e o testemunho de Cristo seria “confirmado” nela (capítulo
1:4-8). E qual é o testemunho de Cristo? A voz do anjo declarou a João
que o testemunho de Jesus é o espírito de profecia (Apocalipse 19:10);
ou seja o dom de profecia.
Na epístola de Paulo aos Coríntios o
apóstolo explica porque foram outorgados à igreja dons tais como o de
“profetas, evangelistas, pastores e mestres” (1 Coríntios 12:27-31;
Efésios 4:8-11). Foram outorgados, diz Paulo, “a fim de aperfeiçoar aos
santos para a obra do ministério, para a edificação do corpo de Cristo;
[…] para que já não sejamos meninos inconstantes, levados ao redor por
todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam
fraudulosamente. Antes, seguindo a verdade em caridade, cresçamos em
tudo naquele que é a cabeça, Cristo” (Efésios 4:12-15).
A obra do Espírito por meio dos dons
outorgados durante a Era Cristã não substituiria a Bíblia, senão que
manteria a igreja leal aos ensinamentos bíblicos e iria corrigir aqueles
que se desviassem da verdade bíblica. A Bíblia projeta a aparição do
dom profético. E se temos que aceitar plenamente a Bíblia devemos
aceitar as manifestações genuínas do dom profético. “A Bíblia e só a
Bíblia como regra de fé e prática”, este princípio exclui a tradição e
qualquer ensino que não se harmonize com a Palavra de Deus.
O que é o testemunho de Jesus?
A frase “o testemunho de Jesus” aparece
não só em Coríntios, mas também no livro do Apocalipse, onde é empregada
seis vezes, uma vez no capítulo 12, duas no primeiro capítulo, duas no
capítulo 19 e uma vez no capítulo 20. Se não fosse pela maneira em que
esta expressão é interpreta pelo anjo de Deus em Apocalipse 19:10, e
pelo fato de que em Apocalipse 12:17 se estabelece que a igreja
remanescente tem o testemunho de Jesus, poderia ser interpretada como um
genitivo e traduzida como “o testemunho acerca de Jesus”, em todos os
casos.
Pelo fato de que uma das características
da igreja remanescente , de acordo com Apocalipse 12:17, é que ela tem o
“testemunho de Jesus”, é claro que essa igreja deve ter em seu meio “o
espírito de profecia” e, portanto se reclama (se exige) a presença de um
profeta (ou profetas) por meio do qual Jesus apresente seu testemunho
(leia-se cuidadosamente Apocalipse 12:17 19:10; 22:9).
Provando o dom profético
Dois extremos são perigosos. O primeiro é
aceitar de qualquer jeito qualquer profeta e o outro é ter preconceito
quanto ao dom profético. Poderia ser mais fácil para nós dizer que
depois dos apóstolos ninguém mais se levantaria como profeta. Nos
livraríamos de muitos problemas, mas não é isso que Deus nos apresenta.
Deus promete o dom e nos dá os critérios (os instrumentos) para que
possamos avaliar o dom. Paulo desafia a igreja a provar a obra do
Espírito (1 Tessalonicenses 5:19-21). As Escrituras nos oferecem quatro
critérios principais:
1) À Lei e ao Testemunho (Isaías 8:19 e 20)
– Essa é a norma básica para avaliar o profeta. Se ele não magnificar
as Escrituras e não levar o povo (a igreja) a corrigir seus caminhos,
não reprovar os pecados e não instruir pelas Escrituras, então este
suposto profeta não é verdadeiro.
2) Cumprimento de Profecia (Jeremias 28:9; 18:7-10) –
Geralmente a obra do profeta se divide entre porções que ensinam e
porções que predizem. As predições devem ser conferidas em seu
cumprimento. Verdade é que devemos tomar em conta o fenômeno da profecia
condicional (ver o livro de Jonas como prova de profecia condicional).
3) Vida e obras (Mateus 7:15-20) – “Pelos
seus frutos o conhecereis”. Jesus nos apresenta esse critério em tom de
advertência contra os falsos profetas. Precisamos examinar as
pretensões de piedade do profeta e reconhecê-los pelos seus frutos. Isto
significa seu caráter e seus ensinos. Se a vida não está de acordo com
os seus ensinos e com os ensinos das Escrituras Ele deve ser rejeitado.
4) Exaltação de Cristo (1 João 4:1-3) –
Um profeta moderno necessitará exaltar a Cristo como o Filho de Deus e
como Senhor e Salvador totalmente capaz. Se o enfoque for outro que não
Jesus deverá ser rejeitado.
Concluindo, diríamos que Deus promete
prosperidade para aqueles que creem em Seus profetas (2 Crônicas 20:20).
Qualquer pessoa que recebe alguma mensagem tem que analisar sua vida e
sua mensagem de acordo com todos os requisitos bíblicos listados acima.
(fonte)
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